Devido a estiagem no Paraná é possível que a agricultura tenha uma redução nas safras de soja, milho e feijão em 2022. De acordo com um levantamento preliminar, o valor nas três principais culturas do período está em torno de R$ 24 bilhões. O motivo é a crise hídrica, que se estende de forma mais severa desde meados de 2019 no Paraná.
Para ajudar agricultores e outras categorias de profissionais afetadas pela estiagem no Estado, o governo decretou situação de emergência em 23 de dezembro, prorrogando o decreto que estabelece Emergência Hídrica em todo o Paraná.
Além disso a temperatura ambiente e de solo excessivamente elevada, ampliou a estimativa de perdas para o setor agrícola do Estado. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), outras atividades agrícolas, entre elas batata, tabaco e frutas também devem sofrer perdas.
É uma perda muito relevante para nossa economia, certamente uma renda que fará falta.
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Conforme o Secretário de Estado de Agricultura, Norberto Ortigara, os agricultores podem minimamente renegociar com fornecedores e com bancos. ”Estamos atentos junto com os municípios, para que possamos enfrentar as dificuldades de abastecimento de água para animais, para humanos e para a produção”.
Representantes dos Estados do Sul reuniram-se com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para encontrar solução conjunta que possa amenizar os prejuízos para os produtores. O Governo do Paraná já conversa com as seguradoras que atendem o Estado.
No entanto, uma grande parte dos produtores ainda não tem cobertura de seguro para as culturas. “Renovamos mais uma vez a sugestão aos agricultores para que utilizem esse instrumento que garante mais segurança em casos como esse”.
CULTURAS
Estima-se preliminarmente que até agora, a soja, principal cultura deste período na safra 2021/22, tenha tido 37% de perdas. Inicialmente, projetou-se colheita de pouco mais de 21 milhões de toneladas. No entanto, pelo levantamento dessa quarta (5), aproximadamente 7,9 milhões de toneladas não serão mais colhidas. Assim restaram uma produção de 13 milhões de toneladas. De acordo com o Estado, somente nessa cultura, a estimativa de prejuízo é de R$ 21,5 bilhões.
No milho de primeira safra, a previsão parcial é que haverá quebra de 34%, baixando das 4,2 milhões de toneladas previstas inicialmente para 2,7 milhões de toneladas. Os produtores deixarão de receber R$ 2 bilhões. No caso do feijão, a estimativa parcial é que haja uma redução de 107,6 mil toneladas (39%) na produção inicial de 275.795 toneladas. Em valores, a perda deve superar R$ 429,2 milhões.
CLIMA
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a primavera de 2021 foi muito influenciada pelo La Niña, resultando em pouca chuva no Estado, o que deve se estender pelo verão de 2022.
Em Guarapuava, dos últimos 36 meses, 24 apresentaram chuva abaixo da média e períodos persistentes de anomalia negativa. Nos três anos, o esperado era 5.315,4 milímetros de chuvas. No entanto, choveu efetivamente 4.302,6 milímetros, desvio de 19,1%.
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