22/08/2023
Cotidiano

Pontos de ônibus deixa usuários à mercê da chuva

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Depender do transporte coletivo urbano e ficar nos pontos de ônibus em dias de chuva está sendo um sofrimento para o guarapuavano. Os abrigos são uma espécie de guarda-chuvas apenas com cobertura e sem proteção nas laterais.
“A gente sai para trabalhar, dependo do ônibus e não tem um abrigo decente, digno. Temos que subir nos bancos para tomar um banho”, diz a comerciária Maria do Belém Vasconcelos.
“Pagamos impostos corretamente e não temos um abrigo contra o vento e a chuva”, reclama o pedreiro João Maria Vaz que enquanto aguarda o ônibus fica com o guarda-chuva aberto mesmo debaixo do abrigo. “A gente chega no trabalho com a roupa encharcada”, diz a diarista Ana Maria Oliveira.
O problema que se arrasta há anos tem como causa a vulnerabilidade dos abrigos construídos ainda na gestão do ex-prefeito Vitor Hugo Burko substituindo os que tinham sido construídos durante a primeira administração do atual prefeito Fernando Ribas Carli. Eram “casinhas” de tijolos à vista, mas que acabaram se transformando em moradia para andarilhos, “motel”, ações de vândalos, locais para consumo de drogas e para assédios às mulheres que dependiam do transporte, principalmente, no período noturno.
Para coibir essas ocorrências, Burko planejou abrigos mais modernos, abertos e com possibilidade de serem construídas as laterais. Os primeiros abrigos, porém, apresentaram irregularidades e a Prefeitura embargou a licitação, abriu outro processo, licitou nova empreiteira e os abrigos foram concluídos.
“Naquela época a Prefeitura fiscalizava as obras e percebeu que o material que estava sendo utilizado era inferior ao que estava previsto na licitação”, disse um técnico da Prefeitura à RSN.
Ainda na gestão “burkista” foi começado um projeto de modernização do transporte (PAT) em que Pérola do Oeste, concessionária dessa prestação de serviço em Guarapuava se responsabilizaria por todas as melhorias nesse setor. Em contrapartida, teria a amortização do imposto devido (ISSQN) ao longo do período de concessão, numa espécie de parceria público-privada sob a fiscalização de um conselho. Foi esse projeto que possibilitou a construção do terminal urbano “Estação Trevo” que faz conexão entre os bairros e o terminal Estação da Fonte, no centro da cidade.
A lei que criou o projeto de modernização do transporte coletivo urbano, porém, foi questionada pelo Ministério Público e acabou sendo deixada de lado pela atual administração.embora não tenha sido anulada oficialmente. “Há falta de vontade política por parte da administração municipal e houve essa interferência do Judiciário porque a lei era muito moderna, mas poderia ser um modelo para o Paraná e outros estados brasileiros”, observa o técnico.

Cristina Esteche

Jornalista

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