Trabalhadores da Companhia de Serviços de Urbanização de Guarapuava (Surg) “não aguentam mais a pressão por parte da chefia”. Por meio de uma mensagem anônima, uma pessoa contou que por falta de funcionários, os trabalhadores estão sobrecarregados e alguns machucados.
Conforme o Sindicato dos trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano), a Surg estaria funcionando com menos colaboradores que o indicado. Atualmente a Companhia dispõe de 20 coletores no turno da manhã. Porém, segundo o Sindiurbano seriam necessárias 48 pessoas para dar conta do serviço.
Dessa forma, no dia 24 de fevereiro deste ano, os trabalhadores se reuniram com o chefe, para conversar sobre o problema. No entanto, conforme o sindicato da categoria, o chefe não teria se mostrado preocupado. Além disso, de acordo com o Sindiurbano ele ainda teria entrado entrado em atrito com os trabalhadores, que paralisaram as atividades e pediram reunião com o presidente da empresa.
De acordo com as informações, no dia seguinte o presidente aceitou conversar com cinco trabalhadores. Contudo, restringiu a atuação do sindicato e não aceitou que os diretores e representantes sindicais participassem da reunião. Além disso, o presidente pediu prazo de 30 dias para avaliar uma solução. No entanto os trabalhadores pedem a saída da chefia. Conforme um funcionário da Surg, eles não querem “nem a presença dele no setor da coleta”.
Não tem condições de trabalhar com ele. Foi o que passamos para o presidente. O pessoal se revoltou e não querem mais ele.
Desse modo, o Sindicato alerta que algumas Regiões da cidade podem não ter a coleta nos dias programados. Já que os trabalhadores da coleta de lixo de Guarapuava vão cumprir apenas a jornada de trabalho de acordo com a Lei.
Enquanto o chefe imediato continuar no cargo, os trabalhadores cumprem com dedicação sua jornada de trabalho, mas não farão hora extra.
O presidente do sindicato Valdir Mestriner explica que de acordo com a CLT é permitido no máximo duas horas por dia. Contudo não pode ser todos os dias, pois deixa de ser trabalho extraordinário e começa a fazer parte da jornada do trabalhador.
Os coletores têm toda razão de não fazer hora extra fora do que a Legislação permite.
DENÚNCIA
No dia 3 de março, após denúncia, o Sindiurbano se reuniu com representantes na sede da Companhia e cobrou medidas sobre as denúncias. “Cobramos que a direção tome medidas imediatas quanto ao assédio e a falta de funcionários naquele setor”.
Além disso, o sindicato comunicou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que a Companhia descumpre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A empresa assinou o documento que determina que a SURG tome providências em casos de assédio moral em 2014.
Desse modo, junto com a denúncia, o sindicato solicitou que a Justiça aplique a multa estabelecida no TAC.
POSICIONAMENTO DA PREFEITURA
Por fim, o Portal RSN entrou em contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Guarapuava que emitiu a seguinte nota.
A companhia cumpre todas as obrigações legais e tem tornado o sistema de coleta em Guarapuava cada vez mais moderno e eficiente, com investimentos em Infraestrutura, Equipamentos de Segurança e Tecnologia, cumprindo seu papel na prestação de serviços junto à população guarapuavana. Algumas solicitações de melhorias foram apresentadas por funcionários da coleta na última semana, juntamente com representantes do sindicato, conforme consta nas atas das reuniões. A SURG já iniciou a contratação de mais 10 funcionários para reforçar o trabalho de coleta, que conta com coletores efetivos e integrantes do programa de reinserção social, reconhecido nacionalmente por sua importância. Outras medidas estão sendo tomadas para garantir a qualidade dos serviços e bem estar dos funcionários.
Leia outras notícias no Portal RSN.