22/08/2023


Brasil Economia

Taxa Selic sobe para 11,75% ao ano e desacelera a economia brasileira

A caderneta de poupança seguirá em 6,17%. Em outras palavras, quem tem dinheiro na caderneta, está perdendo poder aquisitivo

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A taxa subiu de 10,75% para 11,75% ao ano (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic de 10,75% para 11,75% ao ano. Dessa forma, os cidadãos devem ficar atentos, já que isso representa uma desaceleração na economia. Conforme o Banco Central (BC) o aumento influencia na elevação do rendimento de investimentos em renda fixa como CDB e Tesouro Selic.

Contudo, a tradicional caderneta de poupança seguirá com o retorno travado em 6,17% ao ano + Taxa Referencial (TR), perdendo para a inflação e para outras aplicações. Com a Selic em 11,75% ao ano, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) estima que as contas antigas e novas da poupança terão um rendimento mensal de 0,60% ao mês.

Dessa maneira, a rentabilidade pode chegar a 7,44% ao ano, já incluindo no cálculo a variação da TR, que saiu do zero desde o final do ano passado. Além disso, comparativos de investimentos Yubb mostram que, com a Selic a 11,75%, o retorno líquido – que é a rentabilidade descontada a inflação e o imposto de renda -, continuará superando de longe o oferecido pela caderneta poupança. Atualmente o rendimento de investimentos tem chegado até 6,42% em um período de 12 meses.

As maiores rentabilidades projetadas são para as debêntures incentivadas. De acordo com o BC, eles são títulos emitidos por empresas para financiar projetos e operações. Além disso, são isentos de imposto de renda, da mesma forma que as aplicações em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

A Selic mais alta tende a manter atrativos os investimentos em Certificado de Depósito Bancário (CDBs). Eles contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil que costumam oferecer liquidez diária.

INFLAÇÃO EM 2022

Após o forte aumento nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras, os economistas do mercado financeiro elevaram estimativa de inflação em 2022 de 5,65% para 6,45%. Reduzindo assim potencial de rentabilidade líquida real dos investimentos.

De acordo com os estudos, a inflação em 12 meses se manteve em fevereiro acima dois dígitos pelo 6º mês seguido. Dessa forma, analistas avaliam que o IPCA só deverá começar a desacelerar a partir de maio.

INVESTIMENTOS

De acordo com o BC, no cenário atual, a renda fixa tende a continuar desbancando a renda variável na alocação de recursos. Analistas têm destacado que o Brasil deve terminar 2022 com um dos maiores juros reais entre as principais economias do mundo.

Sendo assim, o retorno de investimentos de renda fixa tendem a ganhar da inflação no ano. Desse modo, deve ser uma opção rentável e de baixo risco. A expectativa atual do mercado é de que a Selic terminará 2022 o ano em 12,75% ao ano, o que embute novas elevações nos próximos meses.

No entanto, vale lembrar que maiores rentabilidades costumam estar associadas a aplicações financeiras com prazos de vencimento maiores. Portanto, na hora de investir é preciso avaliar os objetivos do investimento. E ainda, a necessidade de eventual resgate no curto prazo e a disposição a assumir um maior risco.

Já os investimentos na Bolsa permanecem pressionados pela maior alocação de recursos na renda fixa. Porém os analistas destacam, que o período pode conferir oportunidades interessantes, principalmente para o investidor paciente. Uma vez que a precificação das ações brasileiras se encontra abaixo da média histórica da B3 e das bolsas de outros países emergentes.

(*Com informações Portal G1)

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Antunes

Jornalista

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