Começa na manhã desta quinta (24) o julgamento de Felipe Guimarães. Pesa sobre ele a acusação de ter matado a ex-namorada Mayra, de 16 anos. E ainda de ter ocultado o cadáver em meio a um cafezal no interior de Corumbataí do Sul. De acordo com a 1ª Vara Criminal, o feminicídio ocorreu em 2009 e está há poucas dias de prescrever.
Ainda conforme as informações repassadas ao Portal RSN, esse julgamento foi desaforado da Comarca de Pitanga. A defesa do réu conta com advogado londrinense Antonio José Mattos do Amaral. No entanto, ele substabeleceu ao criminalista guarapuavano, Elcio José Melhem.
Tido como emblemático, o caso é pautado por contradições em laudos, exumação do corpo após 10 anos do crime, ocultação do cadáver, entre outros fatos. Entretanto, há a hipótese de Felipe ter matado a então namorada por ‘queima de arquivo’. Conforme depoimentos de testemunhas, Mayra teria presenciado o acusado matar uma pessoa e ateado fogo no corpo.
De acordo com acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná, Felipe matou Mayra na noite de 21 de janeiro de 2009. O corpo, no entanto, só foi encontrado em 13 de fevereiro numa plantação em Corumbataí do Sul. Nesse mesmo local, segundo depoimentos, ela já teria ‘desovado’ o corpo da primeira vítima.
Inicialmente, ele teria desferido um único tiro, com um revólver calibre 38, de propriedade do pai. O tiro fatal teria atingindo a região abdominal da adolescente. Conforme a denúncia do promotor de Justiça Ricardo Alessandro dos Santos, o crime tem como ‘pano de fundo’ a ocultação e impunidade de outro homicídio que teria praticado em 2007. Ele teria atirado e ateado fogo no corpo de uma pessoa que estaria pressionando a mãe dele.
RELACIONAMENTO TÓXICO
Conforme depoimentos de amigos de Mayra, como ela sabia desse crime, a namorada ameaçava Felipe. Há informações também de que o relacionamento entre ambos era tóxico. Agressões físicas de ambos os lados eram expostas em hematomas, arranhões, ciúme excessivo e discussões.
Mas a acusação vai expor também contradições entre laudos periciais. Há dados de que a jovem sofreu traumatismos e tiro na têmpora. Também há falta de um dente, mostrada na exumação do corpo.
De acordo com o texto do MP, da exceção de suspeição, interceptação telefônica autorizada pela Justiça levanta suspeitas contra a defesa do réu. A suspeição, conforme o MP, é de que a defesa tenha trabalhado para que o exame de confronto balístico e o exame para identificar a presença de sangue no veículo que transportou o corpo da vítima tivessem resultado negativo.
Estranhamente, a defesa do indiciado tem demonstrado comportamento tendente a, no mínimo, influenciar o trabalho dos peritos, eis que afirmou categoricamente ao pai do indiciado que o teste com o Luminol iria dar negativo, estando trabalhando para que o outro, também fosse negativo.
Conforme a acusação a expectativa é de que júri leve no mínimo dois dias.
Leia outras notícias no Portal RSN.