22/08/2023
Guarapuava Região Saúde

Saúde confirma primeiro caso de dengue em Guarapuava

De acordo com a Saúde, trata-se de um caso importado do MS. Outros 6 casos são investigados. Foz do Jordão, que também não havia registrado casos, confirmou 10

Mosquito da Dengue

Mosquito da Dengue

Mosquito da Dengue

Conforme os dados da Saúde, o caso confirmado em Guarapuava veio do Mato Grosso do Sul (Imagem: jcomp/Freepik)

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou o primeiro caso de dengue em Guarapuava, no Período Epidemiológico iniciado em agosto de 2021. Contudo, trata-se de um caso importado. Isso porque a pessoa contraiu a doença no Mato grosso do Sul e aos chegar na cidade, apresentou os sintomas. Além disso, há mais seis casos em investigação no município. Guarapuava que já havia notificado 19 casos, somou mais seis nesta semana, chegando a 25 notificações. Há ainda seis casos investigados, mas 18 já tiveram resultado negativo.

Foz do Jordão, que também não havia registrado casos, confirmou 10 na última semana. De acordo com o 32º Informe, divulgado nessa terça (6), o município teve as primeiras notificações nesta semana. Contudo, além de notificar 16, Foz do Jordão investiga mais seis. Virmond também notificou o primeiro caso positivo.

Em Pitanga, a Sesa já notificou 89 casos e confirmou 53. Dessa forma, há 19 novos casos a mais do que na semana anterior. Há, ainda, mais 21 em investigação. Porém, no último dia 30, a Vigilância Sanitária do Município já havia confirmado 115 casos de dengue desde agosto de 2021. Isso porque, a Sesa demora um pouco mais para registrar as confirmações.

Já em Laranjeiras do Sul houve mais seis notificações, totalizando 51. Apesar disso, não há novas confirmações e a Secretaria de Saúde investiga mais nove. Candói e Cantagalo também investigam outros casos, quatro e dois, respectivamente. Laranjal, Marquinho, Nova Laranjeiras, Pinhão e Prudentópolis não tiveram novas notificações na última semana.

Além disso, ainda não notificaram casos na 5ª Regional, os municípios de Boa Ventura de São Roque, Campina do Simão e Goioxim. Bem como Palmital, Porto Barreiro, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e Turvo.

EPIDEMIA

Diversos municípios do Brasil já decretaram epidemia de dengue nos últimos dias. Isso ocorre quando o número de casos notificados ultrapassa o limite máximo. Ou seja quando o diagrama de controle e de mortalidade por dengue nas últimas quatro semanas for maior ou igual a 0,06 por 100 mil habitantes.

No Paraná, Cascavel está perto de viver uma epidemia de dengue. São mais de 286 casos registrados este ano e a taxa de infestação está em 5,3%, muito acima do 1% considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras cidades como Coronel Vivida, Pato Branco e Francisco Beltrão também estão em alerta. Em Coronel Vivida, que tem 20.734 moradores, o número de notificações chegou a 389 nesta semana. Entre elas há 185 confirmações e 87 seguem em investigação.

SINTOMAS

Moradora de Coronel Vivida, Marli Ferrari acabou contraindo a doença na última semana. Além disso, o filho dela de 13 anos também ficou doente. Na última terça (29), Marli começou a ter febre, dor de cabeça e calafrios e, ao consultar um médico, havia suspeita de dengue ou covid-19.

Contudo, ela recebeu atestado e o médico a mandou para casa, mas a febre aumentou e ela teve que passar a tomar antitérmico a cada quatro horas, pois não conseguia esperar as seis horas indicadas. Na sequência ela começou a sentir-se muito fraca e ter falta de apetite. “Eu não estou comendo nada até hoje, estou tomando bastante líquido só”.

De acordo com Marli, ela voltou ao médico, mas disseram que ela precisava aguentar os sintomas. Como já havia dado negativo o teste de covid-19, ela fez também o teste de dengue no sexto dia de sintoma, como indicado. Contudo, o resultado demora 10 dias para sair e ela já tinha vômito e diarreia.

Dessa forma, ela decidiu fazer o exame em um laboratório particular e pegou o resultado em 30 minutos. Então, ela e o filho foram infectados pelo vírus da dengue. No sábado (2), como estava muito mal, Marli precisou ir para o hospital e tomar soro, ainda com febre e muita dor no corpo. Além de tudo isso, ela não consegue comer desde então.

Ontem (5) eu voltei ao médico e ele falou que não ia me internar porque não tinha saído o resultado do exame e minhas plaquetas não estavam tão baixas. Mas eu ainda continuo com náuseas, fraqueza e não consigo me alimentar. Eu tomo bastante água, já que eu não consigo tomar água de coco.

Marli conta que ficou com o paladar muito estranho. “Se eu vou comer uma fruta, aquela fruta fica muito doce. Eu não consigo engolir de tão ruim que fica. Se eu vou comer alguma coisa salgada me dá náuseas, eu não estou conseguindo”. Dessa forma, ela consegue tomar apenas água saborizada, que não tem açúcar.

NO PARANÁ

O boletim semanal da dengue publicado nessa terça (5) registra mais 3.725 casos da doença no Paraná, um aumento de 47% em relação aos números do informe anterior, de 29 de março. O boletim traz mais de 52 mil notificações, com 11.678 confirmações verificadas no atual período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e segue até julho de 2022.

Dos 353 municípios que tiveram notificações, 258 confirmaram a doença. Destes, 26 confirmaram os primeiros casos autóctones no período, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes. Nesta semana, não houve registro de morte, além das duas já divulgadas.

PREVENÇÃO

A melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro. Como vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

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Antunes

Jornalista

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