Jovem do interior é exemplo de superação e sonha em ser médico

A certificação on-line em Harvard é mais um passo na jornada do jovem PcD. Cursando quatro faculdades, ele sonha em ajudar os pacientes do SUS (Foto: Reprodução/Facebook)

A história do Josinei de Freitas Santana de 24 anos é um exemplo de superação. O jovem de Candói, possui deficiência física, mas batalha para alcançar o sonho de ser neurocirurgião oncológico. Para isso, ele faz quatro cursos superiores. Inclusive, logo vai obter uma certificação da Universidade de Harvard, como também da Universidade de Stanford.

Nascido em Cantagalo, o aluno do interior de Candói quer despontar para o mundo, e em breve, conquistar o título de um paranaense portador de deficiência física em uma universidade da Ivy League. Para alcançar esse objetivo, Josinei sabe que a jornada envolve trabalho duro e a ‘cara’ nos livros.

Desde sempre, ele conta que ama estudar. Aprovado em mais de três faculdades de Guarapuava, a educação esteve em primeiro lugar na família de trabalhadores das fazendas da Região.

Meus pais sempre falaram que a maior herança que eles deixariam para os filhos, seria o incentivo aos estudos. Nem em sonhos poderia pagar uma faculdade dessas. Quando entrei no curso de Harvard. Nossa, não acredito! Estou estudando e às vezes paro, pulo, agradeço, danço, ponho música alto e me vem milhões de pensamentos!

Por isso, ele se propôs a dar tudo de si. Além de trabalhar como bombeiro civil e socorrista, ele dribla as 24h do dia com quatro cursos de nível superior: agronomia, superior em tecnologia em agricultura, recursos humanos e secretariado executivo.

Dessa forma, a conquista de Josinei provou para muitos que a deficiência não pode ser um tabu. O estudante nasceu com encurtamento dos membros inferiores e superiores. Entretanto, apesar da condição não limitar os sonhos, o jovem teve que ouvir muitas vezes que não era possível.

Sem dar ouvidos, ele conseguiu por meio de uma empresa, mudar para Guarapuava para estudar. No entanto, a mudança para a cidade grande assustou um pouco e relembrou que nem todos estão abertos para a inclusão social.

Guarapuava é perfeita, mas foi horrível essa fase da minha vida. Ficava em pânico em descer em mercado, não sabia que minha deficiência causaria um impacto grande se eu me apresentasse diante de várias pessoas. Eu não queria faculdade, ensino médio também não queria terminar, tive medo de como iam me aceitar.

O jovem conta que as pessoas não tinham coragem de fazer piadas olhando nos olhos dele, mas o rapaz conta que enfrentou bullying. “Eu sentia que davam risada e saiam com piadas de mal gosto, outros falavam para mim que estavam me ‘zuando’. Lugares públicos eram muito difíceis. Mas não posso me esconder”.

Apesar isso, amigos e familiares mostraram apoio e não deixaram Josinei desistir. O sonho de ser médico é apenas uma etapa na jornada de superação e também de vontade de ajudar os outros.

O que mais ouço são pessoas duvidando dos meus sonhos. Já ouvi “da onde que vai conseguir, tem que ser gênio”, “porque tanta ganância”, “tem que se matar de estudar ”. Só que eu creio que essas doenças malignas tem curas, Deus vai me ajudar um dia a descobrir e ajudar as pessoas do SUS.

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