22/08/2023
Cotidiano

Fila de caminhões causa tumulto perto do terminal ferroviário

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Moradores do Bairros dos Estados no entorno do terminal ferroviário em Guarapuava estão vivendo momentos de dificuldade. Caminhões bi-trens carregados com cimento se acumulam em frente aos portões de entrada das residências, dificultando o acesso das pessoas. Em frente à Escola Municipal São José o tráfego dos caminhões pesados coloca em risco a segurança das mais de 200 crianças que estudam no local.
“Em frente à nossa escola não existe nenhuma sinalização. Pedimos à Surg, mas nos foi garantido que na segunda-feira o nosso pedido será atendido”, disse a diretora Elizete Anzolin.

O acúmulo de caminhões em frente à Escola São José também dificulta a chegada e a saída de veículos do transporte escolar.

A fila de caminhões (foto) se acumula desde a segunda-feira (25) e se estende pra várias ruas do bairro causando transtornos aos moradores.
“Ontem eu não conseguia sair de casa.Meu marido não conseguiu entrar com o carro na garagem porque um caminhão estava trancando o portão de entrada”, reclamou Roseli Galvão.

São motoristas que aguardam a vez para descarregar cimentos na sede da Votorantim, em anexo ao terminal ferroviário.
“Moramos a duas quadras do terminal e na quadra ao lado terminal ferroviário o movimento de carretas é tão grande que impedem até mesmo o acesso dos alunos à escola e muitas vezes, não conseguimos sair com nosso carro de dentro da garagem. Falta planejamento urbano e fiscalização”, diz Daniela de Almeida Zorzetti em e-mail encaminhado à RSN. Ela diz que ligou para o número 190 e disseram que o trânsito é responsabilidade da Guaratran (que funciona somente em horário comercial). No Guaratran, o coordenador Altair Bonassa não estava no órgão e Fernando Alberto dos Santos, que é o diretor, também não estava na Surg na tarde desta quinta-feira.

Se a situação é difícil para os moradores, também não é nada fácil para os caminhoneiros. Na noite de ontem, quarta-feira (27), um morador da Rua Rio Grande Norte agrediu Juvenal Pintão Botelho com uma faca. Além de cortar a lona do caminhão, ainda ameaçou o motorista. O agressor, que não foi encontrado em casa, segundo informações dos motoristas, ficou estressado porque o caminhoneiro tinha estacionado o caminhão na frente da sua casa.
“Não deu tempo nem de sair da cabine. Eu tinha recém estacionado quando fui agredido”, diz à RSN. O tumulto só acabou quando militares do Exército foram chamados. De acordo com informações, o agressor é um militar aposentado. A confusão acabou no Fórum com a elaboração de um Termo Circunstanciado.

SITUAÇÃO ATÍPICA
Para o gerente da Votorantin, Unidade de Guarapuava, Aldinei Mussi, essa é uma situação atípica que foi provocada pela falta de cimento no comércio e agravada pelo feriado prolongado.
Para se ter uma ideia, o movimento da empresa triplicou desde segunda-feira. Em dias normais, são descarregados em média 12 caminhões por dia num total de 380 toneladas. Ontem, quarta-feira (27), 24 caminhões bi-trens foram descarregados. “Entre a descarga e o carregamento para a distribuição do produto que chega da fábrica para municípios do Sudoeste e do Norte do Estado o movimento dos últimos chega a 60 caminhões”, disse Aldinei.
Os motoristas ficam um dia na fila da espera. Muitos, aguardam a vez em postos de combustíveis. “Quando chega a vez deles nós avisamos. Eles chegam, descarregam e vão embora”, afirma o gerente.
Para minimizar a situação, a fábrica em São Paulo parou o carregamento até que a situação em Guarapuava volte ao normal. A expectativa é de que tudo se resolve até esta sexta-feira (29).

Cristina Esteche

Jornalista

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