Um novo vírus no meio das crianças tem preocupado pais e responsáveis. Chamada de hepatite aguda misteriosa, a doença se alastrou por 20 países no mundo e também chegou ao Brasil. Até agora, o Ministério da Saúde investiga nove casos suspeitos, entre eles, três são do Paraná. O restante é do Rio de Janeiro.
De acordo com a Saúde, a doença ainda tem origem desconhecida. Sendo muito severa, a inflamação não tem relação direta com os vírus conhecidos da hepatite. Assim, 10% dos casos exigiu transplante de fígado.
No dia 30 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a primeira morte provocada pela hepatite infantil, porém sem informar detalhes. Ainda conforme a OMS, pelo menos 17 jovens precisaram de transplante de fígado. Em nota, a organização descartou qualquer relação da doença, que causa inflamação no fígado, com a vacinação contra a covid-19.
Dessa forma, os casos alertaram a população sobre a saúde das crianças. Isso porque já são cerca de 300 casos da doença misteriosa.
ADENOVÍRUS
Os especialistas apontam o adenovírus como possível causador da hepatite infantil aguda. Ele é conhecido por provocar doenças respiratórias. Por isso, a transmissão pode ocorrer por meio de contato direto com infectados por inalação de gotículas, via fecal-oral ou indiretamente por objetos contaminados.
Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o paciente pode apresentar os seguintes sintomas: gastrointestinais, como diarreia ou vômito, febre e dores musculares. No entanto, o mais característico é a icterícia, uma coloração amarelada da pele e dos olhos.
Ainda de acordo com a organização, o tratamento procura aliviar os sintomas, bem como controlar e estabilizar o paciente se o caso for grave. Essas recomendações podem ser ajustadas quando a origem for determinada.
Em Guarapuava, o médico Hiagor Silva explicou que o município recebeu o alerta, mas que ainda há muitas dúvidas em relação a doença. “Não conhecemos a origem da hepatite, nem os sintomas e tratamento. Muito menos qual o causador da doença e os possíveis desfechos. A única coisa que identificamos é um quadro de hepatite que é diferente do que conhecemos. Por isso, estamos aguardando essa investigação”.
RELAÇÃO COM A COVID-19
Os testes moleculares identificarem a presença do adenovírus F tipo 41 e em 20 havia presença do SARS-CoV-2. Apesar disso, a maioria das crianças relatadas com a hepatite aguda não recebeu a vacina contra covid-19, descartando uma ligação entre os casos e a vacinação neste momento.
PREVENÇÃO
Neste momento de investigação, os especialistas pede aos pais para que fiquem alertas em relação aos sintomas. Principalmente, se houver sinais de icterícia. Mas além disso, é necessário manter medidas básicas de higiene. Por exemplo, lavar as mãos, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, o que também serve para evitar a transmissão de adenovírus.
(*Com informações do Instituto Butantan e Opas)
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