22/08/2023
Cotidiano

Pacheco confirma dívida de R$ 4,5 milhões no São Vicente

O Provedor Antonio Cezar Ribas Pacheco confirmou que o valor da dívida do Hospital São Vicente de Paulo gira em torno de R$ 4,5 milhões e que, apesar disso, a instituição filantrópica não vai fechar como sugeriu o vereador Gilson Amaral (DEM), na tribuna da Câmara, recentemente. Embora o democrata não tenha dito explicitamente o nome do hospital se referiu que havia conversado com um dos provedores de um dos hospitais de Guarapuava e que este corria o risco de encerrar suas atividades, a exemplo do que aconteceu com o Estrela do Belém, em novembro de 2010. Começava aí uma série de debates em torno dessa possibilidade e que se aprofundou com o anúncio do déficit financeiro do São Vicente pelos novos provedores.

Ainda na tribuna na sessão desta terça-feira (3), Pacheco tranquilizou os vereadores e a sociedade de Guarapuava e região ao afirmar que as dívidas são administráveis e que poderão ser sanadas dentro de dois anos, caso haja a união da sociedade e das forças políticas em torno dessa questão. Ele citou o empenho do deputado estadual Cesar Filho nesse sentido.

O provedor disse que o São Vicente está funcionando muito bem, embora a receita esteja aquém das despesas mensais. “Trabalhamos com um déficit mensal entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.”
Segundo Pacheco, as receitas do Hospital são oriundas do Sistema Único de Saúde (SUS) responsável pelo maior aporte financeiro (R$ 1,2 milhão), Unimed (R$ 120 mil), outros convênios (R$ 60 mil) e procedimentos particulares (entre R$ 60 mil e R$ 100 mil). Isso nos dá uma receita de cerca de R$ 1,4 milhão.
A receita não dá conta porque quando recebemos já existe uma divida antecipada”, afirmou. O débito maior do hospital é para fornecedores de órtese e prótese e soma R$1, 8 milhão, o equivalente a quase 50% do déficit total do São Vicente. Segundo Pacheco, as dívidas estão negociadas.

Num pronunciamento que primou pela transparência, Pacheco não se furtou a nenhuma pergunta. Quando questionado sobre as empresas particulares que possuem estrutura dentro do hospital, o provedor listou todas: a Tomocenter (que cede 40 exames por mês e ainda paga R$ 500,00/mês), o Centro de Hemodinâmica que “traz benefícios diversos ao hospital”, a lanchonete e uma sala para terapia sob a responsabilidade da terapeuta Gilda Campelo.

Para fazer frente às despesas e a prioridades o provedor disse que está “passando o chapéu”junto a alguns grandes empresários de Guarapuava. Pacheco disse que tem urgência em resolver a questão do lixo hospitalar, a compra de um arco cirúrgico e de uma nova caldeira. “Não vou ferir a inteligência dos senhores explicando porque uma caldeira à lenha é inadequada num hospital. Eu tenho um depósito de lenha nos fundos do hospital”, observou.

Cristina Esteche

Jornalista

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