22/08/2023
Educação

Apesar de discurso inflamado, Carli não convence servidores

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O prefeito Fernando Ribas Carli repassou a responsabilidade das demissões de funcionários públicos municipais ao Ministério Público. O MP investiga irregularidades nas contratações de cerca de 300 merendeiras e pessoas que atuam na limpeza de escolas e de Cemei´s (Centros de Educação Infantil) em Guarapuava.

Carli disse há pouco durante reunião no Clube Guaíra que não vai demitir, mesmo sabendo que essa decisão pode causar uma ação por improbidade administrativa.
“Prefiro dar a cabeça a prêmio do que dar a cabeça dos funcionários”, discursou, sob aplausos.

Contratados pelas Associações de Pais e Professores (APPS) esses servidores estão na iminência de serem demitidos. A insegurança que pesa sobre eles também é a possibilidade da realização do concurso público agendado para acontecer no domingo (8) e que visa também preencher vagas nesses setores. “E se eu não for aprovada o que vai acontecer comigo?” questiona uma merendeira que trabalha há 8 anos para o município.

A reunião capitaneada por Carli não deu nenhuma resposta concreta aos servidores. De acordo com a presidente da APP da Escola Municipal Professor Chester Kochanski, Martha Loureiro Gomes, “apesar do discurso inflamado” do prefeito não houve nada concreto. “Na segunda-feira ninguém sabe o que pode acontecer”, afirmou à RSN durante a reunião.

A preocupação das APPs e das diretoras é em relação ao funcionamento das escolas, caso haja demissão.
“Se houver demissão as escolas fecham as portas”, repetiram diretoras durante o encontro.
De acordo com a diretora da Escola Chester Kochanski, Márcia Maria Mikolajczyk, apenas uma funcionária ficará com toda a limpeza da escola, caso os demais sejam demitidos.
Na Escola Municipal Padre Estanislau Cebula, de 10 funcionários, 8 são contratados pela APP.

Um questionamento feito, principalmente, por presidentes das associações é em relação ao MP. “Por que o Ministério Público está convocando os diretores e não as APP´s?”, questiona Martha.
Outra pergunta feita pelos participantes da reunião é por que o Ministério Público não se fez presente?

Por intermédio da assessoria de imprensa do MP-Paraná o promotor William Gil Pinheiro Pinto sustenta que a responsabilidade por explicações de atos administrativos é do próprio Município e destaca que, apesar com comunicado oficial da prefeitura datar de 29 de abril, apenas ontem, 3 de maio, recebeu o ofício com o convite para a reunião, o que inviabilizou sua presença no encontro, pois já tinha outros compromissos.

O Ministério Público propõe que, em vez de uma discussão unilateral, seja realizada uma audiência pública para se debater o caso.

Cristina Esteche

Jornalista

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