Quem passou pelo centro de Guarapuava, nesta sexta-feira (13), deve ter estranhado pessoas fantasiadas andando pela rua. Mas esse era o objetivo do Colégio Fera, sair do tradicional e fazer com que as pessoas aceitem as diferenças. A mobilização faz parte da campanha contra a discriminação, o chamado bullying (termo utilizado para descrever agressões físicas ou psicológicas de maneira repetitiva).
O professor Roberto Revelino Sene acredita que a própria sociedade gera esse tipo de violência ao determinar um padrão de beleza. “Você tem que seguir um padrão, se não seguir, você se torna invisível”, comenta o professor. Ele ainda relata que a sociedade está muito intolerante, e hoje, qualquer esbarrão gera uma violência. “Queremos mostrar que todos são iguais. As pessoas têm que praticar a tolerância, assim podemos evitar tragédias”, diz o professor relembrando o caso da escola de Realengo, no Rio de Janeiro.
Um estudante do colégio diz que sofreu bullying por ser uma criança obesa, quando tinha 8 anos de idade. “Quando eu era mais novo e bem gordo, ninguém chegava perto de mim” fala o garoto. Ele se sentia excluído pelos as outras crianças pois era diferente. Hoje aos 14 anos, o adolescente acredita que “quem prática o bullying não tem opinião própria”. Outro estudante, André Felipe Martins Xavier, diz que “as pessoas que praticam o bullying são ignorantes”.
O recado do colégio é bem claro: ser “diferente” não é crime, e na maioria das vezes não é por escolha própria, mas não podemos esquecer que com relação aos sentimentos somos todos iguais”.