22/08/2023
Cotidiano

Deliberativo analisa pedidos de impugnação das chapas no alvinegro

Uma reunião convocada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Guarapuava Esporte Clube (GEC), às 19h30 desta segunda-feira (16) será decisiva para as eleições que acontecerão em 21 de maio de 2011. Os conselheiros vão decidir se a duas chapas concorrentes – Eficiente e Lobo Solitário – continuarão na disputa. Pedidos de impugnação foram feitos de ambos os lados.

A reunião promete ser polêmica já que os conselheiros titulares serão substituídos por suplentes. O presidente do Deliberativo, João Luiz De Laia entende que o julgamento seria tendencioso já que grande dos conselheiros pertence às duas chapas inscritas para as eleições.

A oposição não concorda. “Em nenhuma parte do estatuto está previsto que é preciso se licenciar para pode concorrer à uma eleição”, entendem os oposicionistas que hoje são a maioria esmagadora na composição do Conselho.

Várias denúncias envolvem os pedidos de impugnação. A chapa situacionista (Eficiente), liderada por Jorge Barreto entende que seus opositores estão irregulares por três motivos. O primeiro porque o candidato a presidente Leônidas Gonçalves Franco que pertence ao atual Conselho Fiscal na atual diretoria foi punido com 60 dias de suspensão. Leônidas diz que a suspensão foi irregular e aconteceu porque colocou cartazes com prestação de contas da diretoria em alguns pontos do clube. “Primeiro me suspenderam para depois chamarem uma assembleia para haver uma definição. Aconteceu depois que eu já tinha cumprido 30 dias de suspensão e aí reduziram de 60 para 30 dias”, explica.

O segundo, por abuso de poder econômico. Isso porque um único sócio pagou a mensalidade de outros emitindo um cheque no valor de R$ 3,7 mil. “Foi uma opção que um grupo fez para quitar as mensalidades em atraso e teve sócio que pagou duas vezes porque não tinham dado baixa no sistema. Um deu o cheque e os demais deram o dinheiro para ele. O cheque foi descontado”, afirma a oposição.

O terceiro motivo apontado por Jorge Barreto, que encabeça a chapa Eficiente, autor do pedido de impugnação, é que a Lobo Solitário não especifica quem são os integrantes titulares e suplentes que vão compor o Conselho Deliberativo, caso sejam eleitos.

Pede também a impugnação das candidaturas de Paulo Sergio Pupo (tesoureiro), que emitiu o cheque para pagamento de mensalidades atrasadas de 42 membros da chapa.

A oposição não se cala e também aponta irregularidades na chapa Eficiente. O pedido de impugnação é assinado pelo conselheiro Ademir Daiprai e lista vários fatos protagonizados pela atual diretoria e da qual Barreto é vice presidente. A oposição entende que por deter esse cargo ele é conivente com vários fatos ocorridos no alvinegro.

O pivô das denúncias feitas pela oposição e que pede a impugnação da chapa de Jorge Barreto é a venda do Estádio Lobo Solitário, mas passa também por contas rejeitadas e outras ainda não apresentadas para deliberação do Conselho Fiscal.

O pedido feito ao presidente do Conselho Deliberativo, Ademir cobra providências quanto ao parecer rejeitado pelo Conselho Fiscal em relação a contas e balancetes de 2008/2009 e que também não estão aprovados pelo Conselho Deliberativo. Segundo Daiprai, as contas de 2010 ainda não sem parecer do Conselho Fiscal, e sem aprovação Conselho Deliberativo as contas.

O mesmo acontece com o orçamento do clube para 2011. De acordo com o presidente do alvinegro Jacir Queirós, em relações às contas de 2008/2009 existe um parecer do Conselho Fiscal pela não aprovação por acusa do pagamento feito a advogada Thusnelda Schade De Laia no valor de R$ 146,7 mil, responsável pela transação da venda do Estádio Lobo Solitário ao Grupo Superpão. “Esse valor foi contratado e pago sem apreciação, sem aprovação deliberação”, diz a oposição.

Os demais exercícios financeiros (2010 e Orçamento de 2011) serão apreciados em reunião marcada para 26 de maio, cinco dias após as eleições.
“Isso não está certo. Primeiro foi convocada uma reunião para o dia 6 de maio e um dia antes, o presidente do Deliberativo mudou a data para depois das eleições”, reage a oposição.

Ainda no pedido de impugnação feito pelo integrante da “Lobo Solitário” há o fato de que três candidatos situacionistas e que pertencem a atual diretoria estão em débito pela não aprovação das contas. São eles: Jorge Barreto, José de Souza Pupo e Renato Virtuoso.

O não pagamento do REFIS (Programa de Recuperação Fiscal) dos débitos do GEC junto a Receita Federal do Brasil (INSS), uma das principais causas que motivaram a venda do estádio. De acordo com a oposição, em 22 de junho de 2010 foi reparcelado o valor de R$ 465.486,62 em 9 parcelas de R$ 51.720,73, mas isso não aconteceu na sua totalidade. Queirós explica ao dizer que parte do pagamento da vendo do estádio foi recebido em parcelas de R$ 60 mil o que motivou a renegociação da dívida.

Cristina Esteche

Jornalista

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