Que os preços no supermercado estão nas alturas, isso já não é mais novidade para ninguém. Porém mês após mês o consumidor leva um susto toda vez que precisa fazer compras. “Estamos carregando ouro”, é o que um cliente disse enquanto guardava os produtos e alimentos no carro no estacionamento em um dos mercados da cidade.
Em um ano a cesta básica de alimentos saltou de R$ 482,34 para R$ 597,50 em Guarapuava. Isso representa uma alta de R$ 115,16 para comprar os mesmos produtos entre junho de 2021 e junho de 2022. De acordo com o Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) do Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Unicentro, no mês passado oito dos 13 produtos que compõem a cesta apresentaram aumento de preços em porcentagens diferenciadas.
Os produtos que apresentaram os maiores aumentos de preços em junho/22 foram: a banana (+22,63%), o leite (18,18%%) e a farinha de trigo (+3,27%).
Conforme a Economista do Nepe/Unicentro, Luci Nychai, a elevação nos preços tanto da banana quanto do leite ocorreu principalmente devido o inverno e o aumento dos custos de produção. “Já no caso da farinha de trigo, o aumento de preços dos últimos meses foi causado pela queda da oferta mundial, influenciado pelas dificuldades de exportação da Rússia e da Ucrânia”. Os dois países são os maiores produtores mundiais.
Contudo o tomate, a batata, o arroz, o açúcar e o feijão que nos últimos meses vinham sendo o terror dos consumidores no supermercado, apresentaram queda nos preços. O que correspondeu a uma redução no valor da cesta básica em junho deste ano. De acordo com o Nepe, o preço ficou 3,08% abaixo comparado ao mês anterior, totalizando R$ 597,50. Ou seja, R$ 18,96 a menos que em maio.
Porém, mesmo apresentando uma diminuição dos preços desses produtos, os mesmos continuam em patamares altos frente a depreciação da renda dos consumidores.
Desse modo, no mês de junho/2022, a cesta básica de alimentos de Guarapuava comprometeu 49,30% do salário mínimo do consumidor, o que equivale à dedicação de 108,46 horas de trabalho.
INSEGURANÇA ALIMENTAR
Um dado alarmante chamou a atenção nessa quarta (6). Conforme um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), mais 60 milhões de brasileiros enfrentaram algum tipo de insegurança alimentar no país. Isso corresponde a praticamente três em cada 10 habitantes do Brasil. Os dados da FAO englobam o período de 2019 a 2021.
Assim, fica escancarado o impacto da inflação nos preços dos produtos alimentícios e consequentemente na vida dos cidadãos. “Considerando o gasto com alimentação, no mês de junho/2022, o Salário Mínimo Necessário (SMN) em Guarapuava, para fazer frente às necessidades de gastos mensais de vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência, precisaria ser de R$ 4.620,10”.
Entretanto, o salário mínimo nacional corresponde a R$ 1.212.
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