O jovem Flávio Santos passou dois meses fazendo voluntariado na cidade de Palembang, ilha de Sumatra, na Indonésia. Durante esse tempo, ele morou com uma família muçulmana e apesar das distinções serem gritantes, foram elas que o aproximaram da nova cultura.
Foi com eles que entendi o real significado do choque cultural. Tudo que um dia eu aprendi e acreditei ser verdade na vida não se encaixava naquelas circunstâncias. As pessoas com quem convivi tinham sido criadas para ter outros olhos sobre as situações. Portanto, conviver com isso me possibilitou compreender que o que consideramos ser real só faz sentido quando estamos no mesmo lugar e contexto no qual essa crença foi difundida.
Algumas das peculiaridades da convivência que Flávio conta são: eles nunca o deixavam sozinho. Além disso, ele não podia chegar em casa depois das 22h e nem tocar ou se aproximar de uma mulher sem autorização. Como ele estava em em casa, as mulheres da família sempre usavam hijab. E, o café da manhã era às 6h, com comida (arroz, legumes e carnes) e eles faziam questão de servir algum prato que ele tivesse elogiado anteriormente.
Eu tive aprendizados que, certamente, me tornaram uma pessoa melhor. No final, senti que estava saindo dali com uma visão de mundo mais ampla, empática e inclusiva. Minha primeira impressão foi de inocência e isso nunca foi mudado. Tudo que fazíamos juntos era muito puro, simples e com alegria. Não senti maldade nas pessoas e isso me maravilhou. Aprendi a importância de não generalizar, pois as pessoas com quem convivi eram sensacionais, amáveis e unidas.
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