Em 200 anos de história, Guarapuava criou expressões muito específicas que se tornaram características da Região. As famosas gírias conquistaram as pessoas e fazem parte do vocabulário, constituindo assim, parte da identidade local.
Provavelmente a mais utilizada é o ‘louca do céu’. Geralmente os moradores usam a gíria para intensificar o sentido da frase. Por exemplo: “Louca do céu, ontem enquanto voltava para casa começou a chover e eu me molhei inteira!”. A expressão pode facilmente substituir outra gíria muito conhecida que é o ‘miga’, mas calma, essa não é guarapuavana.
Outra gíria muito usada na Região é o ‘mãezinha’. Para os moradores de Guarapuava e cidades vizinhas, ‘mãezinha’ refere-se a algo bonito e delicado. Ou ainda, remete a algo fofo. Por exemplo, ao ver uma criança muito linda, uma senhora expressa “mãezinha que criança mais linda”. Por vezes o ‘mãezinha’ pode soar até redundante na frase. Mas acredite, é assim que os guarapuavanos usam a expressão.
Agora se você já precisou pegar ônibus no Terminal da Fonte e não sabia o horário da linha as coisas podem ter ficado complicadas, ainda mais se você não é natural de Guarapuava. Isso porque na maioria das vezes a resposta é que os ônibus saem de ‘Hora e sete’. Depois que o usuário de transporte público entende que os ônibus saem do terminal a cada 1 hora e sete minutos fica fácil, mas em um primeiro momento, nem todo mundo compreende.
MAIS GÍRIAS
Muito possivelmente um autêntico guarapuavano leia essa reportagem e responda um sonoro ‘MEEERERE’. A expressão é volátil e se encaixa em diferentes contextos, mas sempre expressa reação negativa com uma pontinha de julgamento.
Contudo, tratando-se de gírias animadas, o famoso ‘Ui de bão’ cumpre com todos os requisitos. Vale para todos os momentos e é famosa entre todos os públicos guarapuavanos. Também existe a variação ‘Mir de bão’, que significa ‘Nossa, que bom’ ou ‘Mais do que bom’.
Por ter forte colonização gaúcha, o conhecido ‘barbaridade’ praticamente já deixou de ser uma gíria e se tornou parte do vocabulário na Região, já que ultrapassa gerações sendo a expressão uma reação de indignação ou choque.
Desse modo, com todas essas gírias, o povo guarapuavano mostra como é diverso e criativo. As gírias originam-se de acordo com a cultura e peculiaridades de cada Região. Muitas são transportadas por migrantes e adaptadas à realidade local. Por isso que no município vez ou outra ouve-se falar em ‘vina’ ao invés de salsicha. Bem como se referir ao estojo escolar como ‘penal’ como é tradicionalmente falado em Curitiba.
Leia outras notícias no Portal RSN.