*Reportagem com vídeo
Coragem e muita adrenalina sobre duas rodas marcam as competições de Downhill, uma modalidade do mountain bike. Nessa forma de ciclismo, os competidores precisam manter a maior velocidade possível para descer um percurso com obstáculos e irregularidades. Freios? Nem pensar.
As competições desse esporte ocorrem, geralmente, em montanhas por serem propícias para a prática. Assim, os ciclistas precisam descer pelo caminho o mais rápido possível. A modalidade, criada na Califórnia na segunda metade da década de 1970, ainda é pouco conhecida e difundida.
Mas em Guarapuava uma equipe de sete pilotos treina em pista improvisada e representa o município em competições pelo Paraná. Uma delas é o Campeonato Paranaense de Downhill que divide-se em várias etapas ao longo do ano.
Cada etapa conta pontos no Campeonato que vai ter mais três competições em 2022. A próxima competição ocorre em Jaguariaíva no dia 18 de setembro.
Uma das etapas, o ‘Desafio Pé Vermelho’, ocorreu no último fim de semana em Arapongas. Quatro atletas de Guarapuava participaram e um deles, Gustavo Osti Schipanski, garantiu o pódio, ficando em 5º lugar. Ele tem 16 anos e começou a se interessar pelo esporte em 2018 e, desde então, não abandonou a bicicleta.
Em 2019 ele competiu pela primeira vez em uma etapa do Campeonato Paranaense. E apesar de não ter conseguido ter um desempenho tão bom quanto gostaria, voltou a competir em 2020 e não desistiu. Depois de reservar o ano de 2021 para treinos, ele voltou a competir neste ano. Na etapa de Londrina, ele conquistou o 6º lugar e, agora, pela primeira vez, subiu ao pódio.
5ª colocação, mas eu creio que está muito bom, pois nós da Equipe Downhill Guarapuava não recebemos nenhum tipo de apoio. E não temos um lugar adequado para treino. Mas, mesmo nessas condições, conseguir pegar pódio é muito bom.
Apesar de já ter caído várias vezes, Gustavo conta que fica nervoso apenas “na hora de arrancar na descida oficial”. Para o atleta, a sensação de competir é muito boa e ele participa mais ‘por diversão’ e porque se encontra com amigos de outras cidades.
O máximo que me aconteceu foi luxar o pulso e bater o ombro em uma árvore enquanto estava rápido. E teve outra vez que achei que tinha quebrado a costela, mas graças a Deus não foi nada.
Confira alguns vídeos de Gustavo durante as competições:
FALTA ESTRUTURA ADEQUADA
De acordo com Michelle Bianca Osti , que faz parte da administração do grupo de Guarapuava, o Downhill exige muita dedicação e coragem. Dos sete pilotos que treinam no município, quatro já participam de competições pelo Paraná.
Como temos um custo alto com manutenção de bikes, equipamentos de proteção, inscrição e estadias, ainda não somos federados.
Além disso, segundo Michelle, os ciclistas precisaram improvisar uma pista para treinar na cidade, usando rampas e mesas para os saltos. Isso porque um lugar de treino que existia em Guarapuava acabou desativado por ser de propriedade privada.
Leia outras notícias no Portal RSN.