22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Saúde

Setembro amarelo: a cada 10h, uma pessoa desiste de viver no Paraná

Os dados mostram que somente em 2021, 912 pessoas morreram no PR. A campanha setembro amarelo reforça a valorização da saúde mental e da vida

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A campanha setembro amarelo reforça a valorização da saúde mental e da vida (Foto: Reprodução/Pexels)

Não dá para negar que qualquer pessoa está sujeito as frustações e tristezas durante a vida. Mas quando isso se torna um sofrimento sem fim, é a hora de buscar ajuda. Isso porque, a falta do diálogo e de acolhimento pode levar a pontos críticos, inclusive, à morte. A cada 10h, uma pessoa desiste de viver no Paraná. Isso aconteceu em 2021, quando 912 pessoas atentaram contra a vida, conforme os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

O mês de setembro reforça os cuidados com a saúde mental, por isso, a cor amarela traz à memória o acolhimento e a valorização da vida. Durante uma transmissão ao vivo ao Portal RSN, a psicóloga Cleide Cardoso Breda explicou o quanto é importante ainda falarmos sobre o assunto, e conscientizarmos as pessoas sobre a depressão e a saúde mental.

Em comparação com 2020, só Guarapuava teve um aumento de 143% nos casos de suicídio em 2021. É assustador, a gente precisa falar sobre isso. Tivemos várias tentativas de pessoas que procuraram por ajuda, mas é importante dizer, que muitos acabam nem chegando a procurar ajuda, por falta de informação ou por falta de recursos, há inúmeros fatores. Os transtornos mentais são uma doença que precisa ser tratada com profissionais.

O OLHAR PARA O OUTRO

Nas rodas de conversa, quando o assunto surge tende a ser levado como uma situação leve ou até “frescura”. Mas, assim como a psicóloga explica quando alguém quebra uma perna, não falamos para a vítima: “porque você está sentindo isso?”, “seja forte” ou até mesmo “isso é falta de Deus”.

A depressão é uma doença que precisa de acompanhamento profissional. É importante ficar atento aos principais sintomas como: perda de prazer de coisas que a pessoa gostava, pensamentos desesperançosos, alteração na alimentação, isolamento social e dificuldade no sono. 

Além disso, outros fatores também precisam ser analisados, já que a idade pode influenciar, porque o suicídio entre jovens vem aumentando em todo o mundo nas últimas décadas. Bem como, há um índice elevado entre idosos devido a perda de parentes, enfermidades degenerativas e solidão. As doenças clínicas não psiquiátricas podem influenciar também.

Conforme as informações, as taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer, HIV, doenças neurológicas, doenças cardiovasculares e doenças crônicas. Inclusive, eventos adversos na infância, por exemplo maus tratos, abuso físico e sexual, transtorno psiquiátrico familiar e fatores sociais estão entre os fatores.

ACOLHIMENTO

Dessa forma, vale a pena prestar atenção no outro e estender a mão. O acolhimento do paciente é fundamental para ajudar no tratamento. A psicóloga Cleide esclarece que os transtornos mentais não escolhem as pessoas e são multifatoriais.

Qualquer pessoa está sujeita, precisamos estar atentos e conversar e se demonstrar aberto a ajudar. Perguntar ‘como você está?’, ou até ‘Vi que você está um pouco mais isolado, um pouco mais triste, está acontecendo alguma coisa?’ e ter uma escuta empática. É ouvir realmente, entender a dor do outro e não usar palavras invalidantes, mas escutar e acolher. De repente a pessoa está aberta a receber acompanhamento, e você pode até se disponibilizar para ir junto no primeiro atendimento. Dar um apoio!

Inclusive, a profissional também afirma que para se prevenir, não precisa ter um diagnóstico de transtorno mental. “A prevenção é o melhor remédio. Você pode procurar ajuda para melhorar questões de relacionamento, autoestima, dificuldade com autoimagem ou no trabalho, foco no negativo, são inúmeros fatores. Gosto de reforçar que dor a gente não compara, a gente ampara. Assim, quando falamos disso, também agimos na prevenção”.

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Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

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