22/08/2023

Setembro Amarelo: saiba como buscar ajuda no mês da prevenção ao suicídio

Independente do suporte emocional de familiares, é fundamental recorrer ao apoio profissional, porque muitas vezes a rede de apoio não consegue fornecer o necessário

Setembro Amarelo (Imagem: Reprodução/Trasmontano)

O mês de setembro trata-se da valorização da vida. Assim, ele é tomado pelo amarelo em laços, cartões e feed das redes sociais com o intuito de conscientizar a população sobre um assunto que ainda é um grande estigma: o suicídio.

Para falar sobre a importância da campanha do Setembro Amarelo e sobre como ajudar pessoas com os pensamentos suicidas, conversamos com a psicóloga Aline Micheletto (CRP – 08/23202).

Psicóloga Aline Micheletto (Foto: Arquivo Pessoal)

Confira a seguir:

SETEMBRO AMARELO

De acordo com ela, o mês da conscientização sobre a prevenção do suicídio ocorre no país desde 2014, sendo organizado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria.

Apesar do pouco tempo em território nacional, a data conhecida mundialmente foi motivada pela história de Mike Emme, um garoto estadunidense de 17 anos que tirou a própria vida em setembro de 1994.

No dia do velório familiares e amigos de Mike distribuíram fitas e cartões na cor amarela com mensagens motivacionais no intuito de conscientizar sobre o suicídio e ajudar mais pessoas.

INDÍCIOS

Abaixo confira algumas frases que podem ser interpretadas como indícios suicidas segundo a psicóloga, além da vontade de desistir que a pessoa expressa de alguma forma.

  • Estou cansado de viver;
  • As pessoas seriam mais felizes sem mim;
  • Não quero mais continuar.

IMPACTO

Segundo o boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2021, num período de 10 anos, ocorreram 112.230 mortes por suicídio no Brasil, com as maiores taxas nas Regiões Sul e Centro-Oeste.

Além disso, apesar do aumento no índice para ambos os sexos, a pesquisa aponta que as mulheres são mais afetadas, com 29% contra 26% em relação aos homens. Ainda sobre a diferença, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que existe uma variação entre países de alta e baixa renda.

Desse modo, nos países de baixa renda o índice de suicídio entre mulheres é mais alto. Além disso, o mesmo relatório mostra que enquanto as taxas de morte por suicídio diminuíram do outro lado do continente, nos continentes americanos o índice aumentou em 17% nos últimos 20 anos entre a população de 15 à 29 anos.

BUSQUE AJUDA

Segundo a psicóloga Aline, falar sobre as feridas emocionais nunca é algo fácil, mas necessário. Por isso, buscar o auxílio de uma rede de apoio é fundamental, principalmente quando o sofrimento vem acompanhado de uma idealização suicida.

É importante ouvir a pessoa sem julgamentos, sem estereótipos e acolhê-la. Porque a pessoa com pensamento suicida não quer morrer, ela quer acabar com uma dor e com um sofrimento. Então, jamais minimize os problemas dela e a escute, até porque o sofrimento de uma pessoa não anula o de outra. 

Independente do suporte emocional de conhecidos e familiares, é fundamental recorrer ao apoio profissional, porque muitas vezes a rede de apoio não consegue fornecer o necessário para o alívio do sofrimento e nem sabe como lidar, o que pode piorar a situação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento psicoterapêutico gratuito a partir de um encaminhamento psiquiátrico. Contudo, não é a única opção. As universidades públicas e particulares de todo o país também costumam fornecer atendimento psicoterapêutico gratuito.

Além disso, em casos de emergência, existe ainda o Centro de Valorização da Vida (CVV), que de forma gratuita, voluntária e sigilosa faz atendimentos pelo telefone (188), pela internet ou até mesmo de forma presencial.

Por fim, se você conhece alguma pessoa que está apresentando sinais e não sabe como ajudar, o primeiro ponto é não julgar, oferecer acolhimento e apoio sem fazer cobranças. Outro ponto de extrema importância é auxiliá-la na busca pelo apoio profissional, visando um amparo e bem-estar em todos os sentidos.

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Jornalista

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