22/08/2023
Política

Presidente do Parlamento do Mercosul defende sanções comerciais contra Israel

Brasília – O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), presidente do Parlamento do Mercosul, defendeu nesta quinta-feira (15) a adoção de sanções comerciais contra Israel por parte da comunidade internacional por conta dos ataques militares contra os palestinos na faixa de Gaza.
Desde o último dia 27 dezembro, em quase três semanas de ataques, o exército israelense já matou mais de mil palestinos e feriu aproximadamente outros 4 mil. Conforme fontes médicas da faixa de Gaza, ao menos 40% dos mortos são civis.
“Para forçar um cessar-fogo efetivo, e inclusive evitar novos ataques no futuro, Israel deveria ser alvo de sanções econômicas imediatas pelos demais países e pelos blocos da comunidade internacional”, avalia Dr. Rosinha. “O que vemos até agora são as resoluções da ONU sendo ignoradas, enquanto o massacre continua.”
O presidente do Parlamento do Mercosul citou artigo recente publicado pela jornalista e escritora canadense Naomi Klein, no jornal britânico “The Guardian”. No texto, ela compara a ocupação israelense na Palestina ao apartheid na África do Sul, país que foi alvo de bloqueios comerciais por conta de seu regime de segregação racial. “Foram cálculos comerciais frios que levaram muitas empresas a sair da África do Sul duas décadas atrás”, conclui o texto. “E é exatamente esse tipo de cálculo que representa nossa esperança mais realista de levar justiça à Palestina depois de tão longa ausência.”
Dr. Rosinha também revelou que irá trabalhar contra a aprovação, pelo Congresso Nacional, da mensagem que trata do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e Israel. Assinado em dezembro de 2007, o acordo tramita no Legislativo brasileiro desde outubro do ano passado.
Em março de 2008, o deputado brasileiro já havia apresentado, no âmbito do Parlamento do Mercosul, uma proposta de recomendação relativa ao acordo Mercosul-Israel. “Ao contrário do que fizeram a União Europeia e o Canadá quando assinaram tratados com Israel, o Mercosul não está proibindo a importação de produtos que têm origem em territórios ocupados ilegalmente”, observa Dr. Rosinha.
“O texto atual da Constituição brasileira não permite que o Legislativo venha a vetar um acordo, mas podemos deixá-lo simplesmente na gaveta ou, no caso específico deste com Israel, podemos inserir limitadores.”

Cristina Esteche

Jornalista

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