A falta de previsão orçamentária para a compra de cestas básicas está deixando os indígenas do Paraná sem o benefício. A responsabilidade era do extinto Ministério da Cidadania, no governo Bolsonaro. Agora o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social garante que “está recompondo o orçamento para cestas básicas”. Conforme o Ministério, já ocorreram tratativas junto à Funai e à Conab para solucionar o problema.
Enquanto isso, os indígenas paranaenses estão há seis meses sem receber as cestas com alimentos básicos. Na aldeia Rio das Cobras, que fica em Nova Laranjeiras, a Prefeitura disse ao Portal RSN, que a responsabilidade sobre os indígenas é da Funai.
“Nós damos apoio para o transporte de cestas de Guarapuava para cá. A Prefeitura também doa cestas à comunidade.”. Se até meses atrás a Prefeitura transportava até sete caminhões de alimentos, há meses não há mais nada, segundo a administração.
À Aldeia de Marrecas, em Turvo, conforme as secretarias de Agricultura e também da Assistência Social, os apoios são pontuais e específicos. “Tudo é com a Funai”. Já o órgão em Guarapuava remeteu à Comunicação em Brasília. O retorno foi de que as questões feitas pelo RSN foram encaminhadas aos responsáveis.
Não há respostas nem sobre a população indígena no Estado. O que se sabe é que no Paraná, até o último censo, viviam 13.300 indígenas. Aproximadamente 70% pertenciam ao povo Kaingang e 30% ao povo Guarani. Havia também descendentes do povo Xetá e alguns do povo Xokleng. As famílias estão distribuídas em 23 Terras Indígenas. No entanto, segundo a Comunicação da Funai, esse número encontra-se defasado.
GOVERNO DO PARANÁ DOOU CESTAS
Por conta da falta de alimentos, a Funai pediu ‘socorro’ ao Governo do Estado. No dia 19 de janeiro, o Governo do Paraná distribuiu 1.250 cestas para as comunidades mais vulneráveis. Entretanto, não haverá continuidade na entrega em 2023.
A Superintendência Geral de Diálogo do Paraná (Sudis) recomenda um programa intergovernamental de segurança alimentar. A recomendação abrangeria toda comunidade tradicional paranaense. O Portal RSN tentou contato com os caciques de Marrecas e Rio das Cobras, porém, sem êxito.
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