22/08/2023
Educação

Kundun é tema de dissertação de mestrado de grupo da UEM e da UEL

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O trabalho que vem sendo desenvolvido pela Companhia de Música e Dança Afro Kundun Balê está servindo como pesquisa para a dissertação de mestrado em educação física de um grupo composto por 10 pesquisadores entre professores e alunos. O mestrado é ofertado pelas Universidades Estaduais de Maringá (UEM) e Londrina (UEL) e é o único mestrado associado do Brasil.
Para coletar subsídios, a mestranda Gislaine Gonçalves passou 20 dias no Quilombo Paiol de Tela. Esta é a terceira vez que ela permanece na comunidade em busca de subsídios.

O tema “Cultura Corporal Afro-brasileira em uma realidade quilombola no Paraná – Perspectivas de uma ação interventora” nasceu quando o grupo conheceu o trabalho do Kundun em 2009, após um show na Universidade de Maringá. A partir de então, pesquisadores passaram a visitar a comunidade e já é possível perceber o diferencial entre os demais quilombos paranaenses.

“Após conhecer a comunidade, observamos que é a única que procura trabalhar a cultura afro-brasileira. Na primeira pesquisa estivemos em 26 comunidades paranaenses”, diz a mestranda.

Após o 48º dia de pesquisa a conclusão parcial do grupo é que a comunidade quilombola Paiol de Telha está dividida entre lideranças, mas que agora há um interesse de se relacionarem, de haver uma junção desses grupos. “Há uma necessidade de união entre as lideranças para que se possa retomar as buscas, os anseios da comunidade”, observa Gislaine.

Nesse contexto o diferencial é o Kundun Balê. “O Kundun é de suma importância
porque resgata e divulga a cultura afrobrasileira dando subsídios para a sociedade, principalmnete, para que escolas, universidades, possam conhecer essa forte e rica cultura. A importância do Kundun, cujo trabalho já tem reconhecimento do Governo Federal (Ministério da Cultura, Fundação Palmares, Cultura Viva e outros), possibilita o conhecimento, o aprendizado sobre essa riqueza cultural trazida pelos ancestrais, o cuidado com a natureza, com o próximo e que na maioria das vezes não é observado”, afirma a mestranda.

O trabalho que está sendo realizando pelo grupo de professores e acadêmicos da UEM/UEL será registrado em um livro – já em fase de conclusão – e um documentário cuja trilha sonora é feita pelo Kundun.

ESte não é o primeiro trabalho científico sobre o Kundun. Trabalhos de conclusão de cursos, tese de doutorado, dissertações de mestrados, artigos, já foram elaborados por diversas faculdades e universidades paranaenses.

Cristina Esteche

Jornalista

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