A greve que paralisou Hollywood já ultrapassou a marca de 100 dias, deixando um setor crucial da indústria do entretenimento em estado de impasse. O Sindicato de Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) entrou em greve em 2 de maio, desencadeando uma série de manifestações e protestos contra o que os roteiristas consideram uma falta de respeito em relação às suas demandas.
O cerne reside em questões contratuais, principalmente em relação à compensação dos profissionais, número mínimo nas equipes de redação e pagamentos residuais no contexto do streaming. As negociações entre o WGA e os principais estúdios chegaram a um ponto morto, o que levou à continuidade da paralisação e à escalada dos protestos.
Além das preocupações econômicas, os roteiristas também expressaram a inquietação com a crescente presença da inteligência artificial no campo criativo. Eles temem que as tecnologias de IA possam eventualmente substituir a contribuição artística única.
MANIFESTAÇÕES
O conflito grevista ocorre em um momento de complexidade na indústria do entretenimento. As receitas televisivas têm diminuído, a bilheteria cinematográfica ainda não se recuperou totalmente dos impactos da pandemia e as empresas de streaming estão enfrentando desafios para garantir lucros substanciais.
O movimento também trouxe a tona uma luta de classes simbólica, com os roteiristas criticando a remuneração exorbitante dos executivos da mídia. A recente renovação de contrato do CEO da Walt Disney, Bob Iger, que lhe garantiu um bônus anual de incentivo cinco vezes o salário-base, gerou controvérsias e críticas.
Os efeitos da greve não se limitam aos roteiristas; o Sindicato de Atores (SAG) também entrou na manifestação em 14 de julho, abrangendo atores de televisão e filmes com roteiro. Isso interrompeu drasticamente a produção audiovisual e causou impactos em toda a cadeia produtiva do entretenimento. É a primeira vez desde 1960 que esses dois sindicatos entraram em greve conjuntamente.
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