Tutor conta como é o dia a dia do macaco de estimação em Guarapuava

Você já pensou em cuidar de um macaquinho em casa, poder alimentar, levar para passear, assim como fazemos com cachorros e gatos? Não é comum vermos macacos como animais de estimação no Brasil. Mas o que pouca gente sabe, é que há duas espécies do primata, encontradas na fauna brasileira, que têm essa possibilidade.

Os macacos-prego e os saguis são permitidos em cativeiro e também podem viver com humanos. Contudo, para ter esse animalzinho em casa, os trâmites não são tão fáceis e segui-los é obrigatório. Além disso, o custo é alto e o primata deve vir já de cativeiro, não podendo tirá-lo da natureza.

Em Guarapuava, há um macaquinho que vem fazendo sucesso por onde passa e encantando pessoas em parques da cidade. Com o tutor, o empresário Alexander Cristian Karam de 30 anos, ‘Caco‘, como é chamado, passeia, faz fotos e também quer fazer sucessos nas redes sociais.

Conforme Alexander, Caco saiu do criadouro Aves do Paraíso, que fica em Xanxerê/SC. Esse é o único lugar que tem registro para vender macacos-prego e saguis no Brasil. Por isso, o macaquinho tem registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também tem microchip.

Contudo, o tutor comprou ele do antigo dono, que é de Belo Horizonte/MG. Caco está em Guarapuava há dois meses, mas já tem quase um aninho. Ele ainda é um bebê, pois os macacos vivem até cerca de 50 anos. Alexander nunca tinha tido contato com um macaco de estimação antes, mas sempre quis ter um. “Mas nunca pude pois eles são muito caros”.

ALIMENTAÇÃO E DIA A DIA

O tutor conta que o macaquinho tem uma alimentação balanceada, baseada em uma videoconferência de André Poline, um adestrador de animais, especialista em macacos-prego. Assim, Caco come desde legumes crus e cozidos, frutas, verduras, até grãos. Para complementar, ele deve mamar Aptamil até 12 meses e também come ração especial para macacos-prego.

Os macaquinhos também precisam dormir em um lugar apropriado. Por isso, Caco dorme em um viveiro interno, de aproximadamente dois metros, com 1,8m de altura, na casa de Alexander. No local, tem balanço, brinquedos e uma toquinha pendurada onde ele dorme.

Alexander e a esposa Adriana Kobelinski Karam tem dois filhos, Heitor de 5 anos e Arthur de 4. Durante as manhãs e noites, Caco fica solto dentro de casa com os meninos. Quando tem sol, ele toma um solzinho no viveiro externo que fica no quintal, onde também tem balanço, cordas e água na bacia para ele brincar.

“Ele gosta muito das crianças, tentamos ensinar o Caco através das crianças mostrando a ele o que deve ser feito. Por exemplo, ele está começando a gostar de água porque colocamos uma bacia de água dentro do viveiro externo onde ele toma sol. Aí os meninos entram lá e brincam na água. Aos poucos ele tá entrando e brincando também”.

PASSEIOS E CONVIVÊNCIA

Uma das coisas que Caco ama fazer, além de ficar com as crianças, é passear. Conforme o tutor, para fazer passeios, ele precisa estar com uma autorização de transporte. Esse documento já vem com o registro do criadouro. Além disso, o macaquinho deve estar com uma guia que vai na cintura ou em uma caixa de transporte.

Alexander conta que todos param para ver o Caco nos passeios e querem fazer fotos com ele. “O legal é que proporciona uma experiência para muitas crianças e até adultos que nunca tiveram a oportunidade de ver um animal dessa espécie de pertinho”. Ele também é muito amigável e vai no ombro de todos.

De acordo com o tutor, a chegada do Caco foi muito boa para a família dele, pois é “mais uma criança dentro de casa”. As responsabilidades também aumentaram, porque ele precisa de uma atenção constante por ainda estar em uma fase de aprendizado.

[Ele] está influenciando muito Heitor e Arthur a terem uma alimentação mais saudável. [Eles] passaram a querer comer mais frutas, legumes e verduras. Também diminuiu em 90% a procura das crianças pelo celular para entretenimento, pois passam bastante tempo brincando e dando atenção ao Caco. Minha esposa e eu estamos gostando muito dessa experiência.

DOCUMENTAÇÃO

Quando comprou o Caco, Alexander não precisou fazer muitos procedimentos, já que ele já tinha um dono e já possuía todos os documentos legais. Segundo ele, para ter um macaco de estimação, é necessário nota fiscal, registro no Ibama e o microchip de identificação. Isso tudo, o antigo dono já havia pegado. Com essa documentação, a única coisa que ele precisou fazer foi um termo de transferência da nota, reconhecido em cartório, para o nome dele.

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