22/08/2023
Região Saúde

Prefeitura tenta alugar estrutura de hospital em Pinhão, diz secretário

O secretário fez um desabafo na Câmara de Vereadores e após 'fala infeliz', assumiu, pediu desculpas e disse que "não quis ofender ninguém"

hospital pinhão

Secretário de Saúde, Alain Cesar (Foto: Reprodução/YouTube)

A apresentação de um laudo técnico nesta sexta (22) pode viabilizar, ou não, a criação de um hospital municipal em Pinhão. Fechado oficialmente há cerca de um mês, o Hospital Santa Cruz, hoje privado, por ser locado pelo Município. De acordo com o secretário de Saúde Alain Cesar, a proposta de aluguel por parte da administração municipal surgiu após as negativas da diretoria para que a unidade se transformasse em filantropia.

“Diante do interesse do município com a possibilidade de alugar a estrutura física, a diretoria nos propôs um valor de R$ 140 mil por mês”. Conforme o secretário, a proposta é absurda. Isso porque, quando havia convênio entre a Prefeitura e o hospital, o repasse era de R$ 120 mil e com atendimentos.

A contraproposta apresentada pelo município é de R$ 70 mil mensais. No entanto, a diretoria não aceitou. Para avaliar as condições estruturais e físicas do hospital, o município contratou uma auditoria. E é essa análise que vai ser entregue na sexta (22). A partir desse resultado, uma nova tentativa de acordo vai ser provocada pela administração.

A nossa preocupação é com o interesse da população. E como há muitas coisas a serem adequadas na estrutura física, esperamos que haja bom senso por parte dos donos.

Caso ocorra a locação, após todas as negociações, serão estudadas possíveis formas de gestão, municipal ou organização social. De acordo com Alain, apesar do fechamento do único hospital da cidade, com 96 leitos, o impacto na saúde pública não foi grande. Hoje, Pinhão possui 10 estratégias completas de saúde da família.

Conforme o secretário, essa estrutura inclui médicos e 17 mini postos. As Unidades Básicas de Saúde atendem aproximadamente 25 mil pacientes por mês, entre atendimento médico e de enfermagem. Já o Pronto Atendimento, que atende desde 5 de dezembro de 2022, presta em média 6.700 atendimentos médicos mensais.

Quando o hospital começou a ficar precário, nos preparamos para suprir a demanda.

REFERÊNCIAS

Atualmente os hospitais de referência para internamento são o Hospital São Vicente de Paulo, o Novo Santa Tereza e o Hospital Semmelweis na Colônia Vitória. Todos em Guarapuava. Além disso, há a Central de Leitos do Estado, que regula pacientes para internamentos de alta complexidade, podendo ser em qualquer hospital do Paraná. Em relação a quantidade média de transferências, são cerca de 32 paciente mensais, incluindo as gestantes, que são encaminhadas para a referência.

O Hospital Santa Cruz de Pinhão encerrou as atividades oficialmente em 13 de agosto de 2023, quando acabou o contrato com o Governo do Estado. Desde então, o Pronto Atendimento vem absorvendo toda a demanda de urgência e emergência, bem como consultas eletivas em período noturno.

Há médico 24 horas, 12h e oito horas. No entanto, na maior parte do tempo, há três médicos atuando em conjunto. Além disso, oferece serviço laboratorial de urgência e emergência 24 horas e serviço de radiografia 24 horas. Conta também com apoio da defesa civil e SAMU 192.

DESABAFO

Essa situação foi exposta pelo secretário de Saúde, Alain Cesar, na sessão da Câmara dessa segunda (18). Entretanto, ao fim do pronunciamento, ele fez uma “fala infeliz”. Num desabafo causado por críticas que a administração recebe, por causa do fechamento do hospital, ele se exaltou e, em determinado momento, se referiu aos autores como “nego safado”.

Conforme Alain, “no calor do momento me exaltei com a forma que certas pessoas vêm se aproveitando da fragilidade de pacientes e do trabalho que vem sendo realizado. Isso me entristece e me revolta. Estou aqui todos os dias acompanhando o esforço e dedicação de todos esses profissionais da saúde. Peço desculpas porque em nenhum momento tive a intenção de ofender ninguém por algum termo impróprio”.

O vídeo foi editado e ganha repercussão em redes sociais, como sendo um discurso racista.

*Veja o vídeo:

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Cristina Esteche

Jornalista

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