C.A.D: mesmo com um time competitivo média de público não é boa

O Clube Atlético Deportivo vem fazendo uma ótima campanha no Campeonato Paranaense de Futsal – Chave Ouro – 2ª parte – com 4 vitórias em 4 jogos. Mas o que chama a atenção é a pouca presença dos torcedores nos jogos da equipe no Ginásio Joaquim Prestes.

Nos dois primeiros jogos pela Chave Ouro 2ª Parte a média de público que compareceu ao Ginásio Joaquim Prestes foi de 550 torcedores. O presidente do clube, José Valter Liberato, aponta três motivos para o baixo número de torcedores: o clima frio, preço do ingresso e a mudança da fórmula da Chave Ouro. “Entre esses motivos o principal foi o campeonato no 1ª semestre que não contou com a participação dos times que disputam a Liga Nacional (Londrina, Marechal, Cascavel e Umuarama) e isso acabou desmotivando o torcedor”, comenta Liberato.

O presidente lembra que no primeiro jogo em Guarapuava contra o Cianorte, o público compareceu em bom número, 1.700 torcedores, porém, a desorganização do adversário, que não trouxe uniforme suficiente, fez o torcedor ficar desconfiado com a Chave Ouro 1ª Parte. “O nosso primeiro jogo em casa quase vencemos por W.O e ainda tivemos que emprestar nosso uniforme para o adversário. A partir desse jogo o número de torcedores que compareciam aos jogos do C.A.D só foi diminuindo”, diz.

O técnico Eduardo Pacheco Coelho, o Baiano, que já conquistou quatro campeonatos pelo São Miguel, disse que após cada título a cobrança aumentava e o torcedor ficava mais fanático. Em Guarapuava o caminho foi inverso. O treinador acredita que o motivo tenha sido a mudança da fórmula da competição. “A 1ª parte do campeonato esfriou o torcedor. Porém, não tenho do que reclamar. Os torcedores que comparecem aos jogos estão apoiando a equipe”, fala Baiano.

A ideia de que a competição no primeiro semestre fez despencar a média de público guarapuavano, que em 2010 foi cerca de mil torcedores, é compartilhada pelo cronista esportivo Tonico de Oliveira. Há 15 anos acompanhando o Clube Atlético Deportivo, ele fala que a torcida de Guarapuava é participativa e apaixonada, mas a virada de mesa da Federação Paranaense de Futsal desanimou o torcedor. “Comparando ao futebol de campo: é como o Atlético-Pr, o Coritba e o Paraná não participassem do campeonato estadual. E foi isso que aconteceu. A Federação deixou de fora as chamadas grandes equipes do futsal paranaense e isso fez que a competição não se tornasse interessante para os torcedores”, comenta Tonico.

Preço do ingresso e clima.

Apesar de ouvir reclamação do valor dos ingressos, Liberato acha que o fator não é o principal. “Nós já fizemos promoções colocando o preço da entrada mais barata, mas mesmo assim o torcedor não compareceu e o número de torcedores continuou caindo”, comenta.

Sobre o clima o presidente acredita que em alguns jogos o frio pode desmotivar os torcedores. “Contra o Cascavel estava muito frio e muitos torcedores que compraram o ingresso antecipado não vieram ver o jogo. Muitos que deixaram para comprar na hora também não tiveram coragem de sair de casa. Então as vezes o clima atrapalha”.

RENDA

Em 2010 a diretoria do C.A.D comentou que a principal renda do clube era os torcedores. Este ano o dinheiro que vem da bilheteria não tem sido como o esperado e isso tem influenciado nas contas da equipe. “Vamos precisar fazer rifas e bingos para equilibrar as contas do clube, pois fizemos investimentos e esperávamos arrecadar mais com a bilheteria”, cita Liberato.

ATRAIR OS TORCEDORES

Liberato acredita que com a equipe apresentando um bom futebol e o campeonato se tornando mais competitivo os torcedores voltarão a comparecer ao Ginásio Joaquim Prestes. A volta dos torcedores influência no financeiro do clube, no apoio aos jogadores e em uma possível participação na Liga Futsal 2012. “Os detentores de franquias da Liga querem ver um público participativo, pois eles são os compradores em potencial da marca”, finaliza o presidente