Férias, período ideal para visitar a biblioteca

O mundo alicerçado na tecnologia tem feito com que as pessoas troquem os livros por notebooks e celulares cada vez menores. Mas não se pode esquecer que a leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. A literatura, de modo geral, amplia e diversifica nossas visões do mundo.
Segundo a pedagoga Edite Machado Raimondo, quanto mais leitura uma criança tem, mais fácil é sua aprendizagem na escola. “A leitura, quando também incentivada em casa, proporciona à criança um desenvolvimento mais rápido, despertando nela o senso de interpretação, do domínio de determinados assuntos, ela fica mais desinibida”, explica.
A pedagoga ensina que o hábito da leitura já deve ser incentivado desde cedo nas crianças, mostrando-lhe livros, contando histórias ou simplesmente lendo na frente dela. É na infância que o indivíduo aprende que ler é algo importante e prazeroso.
Com a leitura de um livro, a criança desperta para o mundo da fantasia e criatividade, usando a imaginação a cada linha da história. A importância da leitura deve ser compreendida pela criança como algo gostoso, e não apenas obrigatório. Com a leitura é possível descobrir um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas. “A leitura não pode ser vista como algo de cada matéria escolar, para ser cobrado posteriormente. Tem que ser uma forma fantástica de aprendizado, pois além de ser informativa, deixa a criança mais desenvolvida e desenvolta. Um bom começo para isso é freqüentar com os filhos as bibliotecas”, completa.
A Biblioteca Municipal, localizada na Casa da Cultura, abriga uma vasta coleção de 21 mil exemplares. Um verdadeiro mundo da imaginação e conhecimento, é assim que Ademir Oliveira define a biblioteca. Sempre que pode, leva a filha Maria Eduarda, de nove anos, ao local. “Trago ela desde quando era pequena, agora que já está na terceira série ela já escolhe o que quer ler. Anda pelos corredores e sempre traz até a mesa os livros que lhe agradam. Ela adora ler e sempre teve boas notas na escola”, aponta.
Assim como Ademir e a filha, a biblioteca vem sendo bem freqüentada no período de férias. “Só neste ano fizemos 87 novas carteirinhas, bastante gente tem vindo”, aponta a atendente Veridiana Stacheira.
Para fazer a carteira é necessário documento de identidade, CPF, comprovante de residência e foto 3×4. Podem ser emprestados até três livros e três gibis por vez e permanecer com o material por até 10 dias. A biblioteca se mantém aberta no período de férias, atendendo das 13 às 18 horas.
Foto: Ademir Oliveira e a filha Maria Eduarda: passeio à biblioteca durante as férias.

Panorama da leitura
De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, 55% dos leitores são do sexo feminino. A pesquisa mostrou que o livro mais lido pela população brasileira é a Bíblia – 43 milhões de pessoas dizem ler, dos quais 45% afirmaram fazê-lo com freqüência.
O levantamento apontou que, enquanto a média nacional é de 4,7 livros lidos por ano por cada habitante, entre os jovens com idade entre 11 e 13 anos, esse número sobre para 8,6 livros por ano. Já entre as crianças entre 5 e 10 anos, o índice é de 9,9 e entre aqueles com 14 a 17 anos, o número é de 6,6 livros.
Comparando homens e mulheres, são elas as leitoras mais assíduas, com índice de 5,3 livros por ano, enquanto eles lêem apenas 4,1 obras a cada ano.
Segundo a Agência Brasil, o índice mais alto entre os jovens está ligado ao período escolar. O estudo aponta que dos 4,7 livros lidos por ano pelos brasileiros, 3,4 são indicados pela escola, e apenas 1,3 é uma escolha espontânea.
A pesquisa foi feita com 172,7 milhões de pessoas, sendo que 95,6 milhões foram consideradas leitoras (haviam lido pelo menos um livro nos últimos três meses). Desse número, 54% eram estudantes que haviam lido as obras indicadas pela escola.
Das pessoas que declararam gostar de ler, 79% têm formação superior, 78% têm renda familiar acima de 10 salários mínimos e 69% moram em regiões metropolitanas.