22/08/2023
Cotidiano

Poucas pessoas foram à Praça para ver o Zé Buracão

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Ele representa o povo guarapuavano cansado de tanta omissão do Poder Público ao mesmo tempo em que se traduz numa chamada para que cada cidadão lute pelos seus direitos. Seu nome é Zé Buracão, uma versão irônica do personagem Zé Buraco apresentado pelo programa Fantástico da Rede Globo.
E foi esse boneco que chamou a atenção das poucas pessoas que passaram pelo Calçadão da Rua XV de Novembro na manhã deste sábado (13), em Guarapuava, em frente a Praça 9 de Dezembro.

Idealizado por João Maria Garcia Neto e com adesão de outros internautas o Zé Buracão é o símbolo do movimento Guarapuava sem freio que pretende aglutinar cidadãos para não só discutir, como reivindicar e fiscalizar a Câmara de Vereadores e a adminitração municipal.
“Estamos cansados de tanto marasmo, das pessoas reclamarem sem serem ouvidas”, disse Garcia Neto.

“A minha rua é um buraco só. Nunca vimos nada igual e por isso estamos aqui”, afirmou Abílio Bento que mora no Bairro Santana, após preencher o cadastro do Zé Buracão e posar para uma foto ao lado do boneco. Ele foi o primeiro e um dos poucos que foi à praça para protestar.

A falta de participação do guarapuavano, incluindo internautas que fomentaram a mobilização pelas redes sociais, mas que não compareceram ao Calçadão foi criticada pelo jornalista Mauro Biazi. “A ditadura saiu de nós, mas nós não saímos da ditadura. Somos uma geração vazia e por isso não lutamos pelos nossos direitos. Eu estou aqui fazendo a minha parte”, afirmou enquanto distribuia um panfleto cujo texto chama o cidadão à conscientização política e cidadã.

Para o médico Antonio França Araújo, a apatia do guarapuavano perante os desmandos da administração municipal, além de ser cultural, é parte dos resquícios da ditadura.

Garcia Neto, porém, acredita que aos poucos a comunidade vai aderir ao movimento. “A participação nas redes sociais foi muito ativo e acredito que as pessoas vão participar”, espera.

De acordo com o idealizador da mobilização, todas as pessoas que desejarem participar e que não tenham a inteção de utilizar o movimento como “trampolim político” serão bem recebidas.
“Não tem como impedir que pessoas ligadas a partidos políticos participem, mas estamos de olho e se alguém quiser usar isso em benefício próprio será desligado”, avisou.

Cristina Esteche

Jornalista

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