22/08/2023


Brasil Cotidiano Saúde

Mais da metade dos homens teme cânceres urológicos

Uma pesquisa mostrou que 58% dos homens temem os cânceres, seguido pelo medo da impotência sexual que atinge 37% do público

(Foto: Reprodução/Freepik)

Uma pesquisa mostrou que o câncer é a doença urológica mais temida pelos homens (58%), seguida pela impotência sexual (37%). Nos homens acima de 40 anos, apenas 32% se consideram muito preocupados com a própria saúde. Sendo que 46% só vão ao médico quando sentem alguma coisa diferente. O percentual atinge 58% quando ele procura atendimento apenas no Sistema Único de Saúde (SUS). O exame de toque retal ainda desperta temor em um em cada sete homens. O receio é maior nos homens com idade acima de 60 anos.

Os dados fazem parte da pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com o apoio do Laboratório Adium. O Instituto de Pesquisa IDEIA fez a pesquisa por meio de aplicativo mobile com homens acima de 40 anos de todas as regiões do Brasil.

A maior proporção dos homens que só vão ao médico ao sentir algo está no grupo entre 40 e 44 anos (49%). Ao contrário, o que mostrou ter maior cuidado com a saúde é aquele acima de 60 anos, com 78%, afirmando que fazem exames a cada seis meses ou um ano.

OUTROS DADOS

De acordo com o presidente da SBU, Alfredo Canalini, mesmo com esses números, metade dos homens com mais de 40 tem medo ou ansiedade quando pensa na saúde.

Sentir alguma coisa é algo que não passou com remédio caseiro. Ele foi à farmácia procurar algum paliativo que pudesse ajudar aquele sintoma e a coisa não melhorou. Então, a atitude do homem faz com que ele tenha uma expectativa de vida, sete ou oito anos menor que a das mulheres.

A maioria dos homens ouvidos disse saber sobre o câncer (75%) e a prostatite (59%). Mas a hiperplasia benigna (HPB), apesar de mais prevalente, é menos conhecida. Apenas 43% têm informações sobre ela. O desconhecimento da HPB é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos, somente 39% sabem o que é.

SINTOMAS

A estimativa é de que cerca de 50% dos homens acima de 50 anos terão algum grau de HPB, de acordo com o vice-presidente da SBU, Roni Fernandes. “Na HPB a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga, aumenta de tamanho devido ao crescimento celular excessivo. E é mais comum em homens acima de 50 anos”.

Os sintomas incluem o aumento da frequência de urinar durante o dia, diminuição da força e do calibre do jato urinário, dificuldade para iniciar a micção, sensação de urgência para urinar e outros sintomas relacionados ao trato urinário.

De acordo com o médico, esses sintomas ocorrem porque o aumento do tamanho da próstata pode comprimir a uretra. Esse canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Isso leva a uma obstrução parcial do fluxo urinário e causa os sintomas mencionados. A HBP também pode interferir no funcionamento da bexiga e dos rins.

Conforme a SBU, mesmo que as dificuldades de micção sejam mais comuns com o avançar da idade, o problema não deve ser considerado aceitável e normal no envelhecimento. “A próstata aumentada é uma das causas da dificuldade de urinar e, em longo prazo, se não tratada, pode causar retenção urinária, infecções e lesão no trato urinário, incluindo os rins”, apontou a SBU.

SINAIS DO CÂNCER DE PRÓSTATA

De acordo com a SBU, embora não sejam específicos do câncer de próstata, merecem atenção as identificações de sangue na urina ou no sêmen, micção frequente. Isso inclui o fluxo urinário fraco ou interrompido, levantar-se diversas vezes à noite para urinar, chamada de noctúria.

Mas mesmo sem apresentar sintomas, homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. Já os que integrarem o grupo de risco, como afrodescendentes ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou obesos, devem começar os exames mais precocemente, a partir dos 45 anos.

Leia outras notícias no Portal RSN.

Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo