Após a repercussão da reportagem da morte de um homem de 35 anos na noite do dia 4 de dezembro na Vila Carli em Guarapuava, o Portal RSN ouviu a versão da viúva de Jonny Greg de Matos. Ela desmentiu as informações repassadas pela Polícia Militar no Boletim de Ocorrência. Conforme a advogada Clis Rattes, Alessandra Corrêa contou que a situação não ocorreu como retratado pela polícia, e que ela deseja preservar a imagem do marido.
As informações prestadas no boletim de ocorrência foram tiradas de contexto, o que levou as pessoas a associarem a um possível abusador da própria filha e agressor da esposa. Por essa razão a família busca esclarecer os fatos, uma vez que mesmo não sendo divulgado nome dos envolvidos, muitas pessoas vincularam a notícia. Portanto, a verdade está sendo relatada pela própria viúva, para que seja resguardada a imagem não só como marido, mas também excelente pai, trabalhador, reconhecido assim não só pela família como por muitas pessoas na sociedade em geral.
RELATO DA SITUAÇÃO
De acordo com viúva, o dia do casal foi bem tranquilo, o marido a levou e buscou no trabalho. Ele contou à Alessandra que não iria na consulta da psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), “ele disse que estava sozinho e cheio de serviço. E que a consulta importante era essa que teria dia 11, porque ele voltou a ter acompanhamento no Caps”. Por volta das 18h, ele chegou em casa do trabalho e os dois decidiram não fazer o jantar. Nesse momento, Alessandra disse para o marido que estavam sem fraldas para o bebê.
Ele me disse que não ia no mercado e falou pra eu ir, ‘opa’, quando ele manda eu sair sozinha e não vai comigo, algo tem e ele quer aprontar. Perguntei para minha mãe se ela ia sair e ir no mercado, ela me respondeu que ia ‘tirar’ um celular e então pedi pra ela ‘tirar’ um pra mim que o meu eu dava para o Jonny já que o dele estava todo quebrado. Falei para o Jhonny que estava resolvido e que minha mãe ia passar ‘tirar’ o celular e trazer as fraldas.
Em seguida, Alessandra relatou que deitou no sofá e o marido sugeriu para que eles fossem dormir cedo. “Ele pediu para que eu fosse tomar um banho e agilizasse minhas coisas, mas eu disse que não sabia se ia tomar banho porque já tinha entendido a moral”. Na sequência, ela perguntou se Jonny estava bem, mas ele disse apenas que estava cansado, enquanto tomava uma cerveja.
BRIGA DO CASAL
Logo depois, a mãe de Alessandra enviou uma mensagem para filha dizendo que uma amiga dela estava no portão e pediu para a filha atender. Nessa hora, Alessandra se ausentou e ficou com a visita em frente à casa até que a mãe chegasse. Quando ela voltou, Jonny já estava diferente.
Foi nesse tempo que ele ‘usou’ escondido, porque antigamente quando eu ia tomar banho, ele ‘usava’ e já tinham visto e me contado. Eu cheguei e vi que ele estava diferente, pálido, suando e tremendo. Eu perguntei se ele estava bem e não tinha nada para contar para mim, disse que eu ia dar a última chance porque ele pediu ajuda e está indo nas consultas. Se você estiver mentindo, me esqueça, acabou. Ele disse ‘para de ser louca, não está acontecendo nada’ e eu falei ‘eu te conheço, sei como você é’.
Diante disso, Alessandra disse que saiu para amamentar o filho. E falou para ele que ela ia ficar com o filho e que ele tinha 20 minutos para contar o que tinha ocorrido.
Se até as nove [da noite], você não me contar o que aconteceu, pode pegar as suas coisas e ir embora. Depois eu sentei para dar mamar. Depois disso, ele me chamou e eu tentei tirar o bebê do peito, mas ele ‘reinou’, então voltei a dar mama para ele [filho] e o Jonny chamou a filha. Ela foi e estava ao lado dele na mesa bem quietinha, e ele estava mexendo no celular. E a outra mão estava empurrando a menina na mesa, mas não vi se a mão dele estava nas costas, na cintura dela. Quando eu vi, eu disse ‘o que é isso?’, e dei uns tapas na cara dele e até mordi ele.
ANTES DA CHEGADA DA PM
Ela ainda disse que quando o marido deixou o celular, ela pegou para procurar para quem ele tinha enviado o Pix, de quem ele tinha comprado a droga. “Eu peguei o celular e comecei a gravar ele se torcer, dar soco no ar, pegou o prato, quebrou cadeira e ‘catou’ uma vassoura e começou a dar nas bicicletas e em tudo. Falei para minha filha para chamar a mãe [avó]. Nisso minha mãe chegou e ele deu uma vassourada no meu padrasto e o meu padrasto deu outra na bunda dele. Ele ficou imobilizado no chão”.
Depois disso, Alessandra relata que os familiares pediram para saírem de casa e nesse momento, a Alessandra notou que parte do rosto do marido estava roxo.
Me desesperei, não sabia o que era, então liguei no 193 e eles falaram que era com a polícia. Eu liguei para a polícia e contei a mesma história que eu estou contando. A polícia disse que não iria, e só iria se registrasse o b.o. Como eu precisava de ajuda, eu disse então venha a polícia. A polícia veio e perguntou, e a gente contou o que aconteceu e minha mãe falou que ele era usuário de drogas. O policial relatou tudo, mas só veio porque eu precisei registrar esse b.o pra ter socorro. Em momento algum eu vi ele aliciando ou passando a mão na bunda dela [filha]. Ele estava empurrando ela na mesa pelas costas e a mesa estava virando, e ela é magrinha. Eu tirei ela dele e ele começou a socar o ar.
SAMU
Além disso, Alessandra contou que o Samu chegou depois que a polícia já estava no local. Enquanto isso, ela, a mãe e o padrasto revezavam a massagem de reanimação. “Em momento algum eu vi a polícia fazendo a massagem, só ficou nos olhando e disse que não era para pararmos a massagem. Mas a gente já tinha parado umas três vezes, porque eu fazia, e minha mãe também, cansávamos e voltavámos a fazer a massagem, eu estava em desespero. Em momento algum eu vi a polícia fazendo massagem. Para o Samu vir, eles quiseram fazer um relatório e eles começaram a pedir um monte de informação e meu padrasto não tem paciência, e xingou o Samu e mandou eles virem na hora”.
O Portal RSN entrou em contato com o Samu, e a coordenação informou que enviou duas ambulâncias ao local. A primeira chegou em seis minutos e a outra, logo depois. Conforme o Samu, os solicitantes ofenderam os atendentes da equipe de socorro, e os médicos fizeram 37 minutos de massagem dentro da ambulância. Inclusive, a equipe afirmou que tem todos os boletins e prontuário de atendimento, gravações e relatos dos médicos.
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