O sol forte da Primavera e do Verão surge mais cedo no horizonte e também brilha por mais tempo. E na ‘correria’ do dia a dia, tem muita gente que esquece de um aliado contra os raios solares: o protetor solar. Assim, a falta de cuidado pode causar danos sérios à saúde como o câncer de pele. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo de câncer responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. A cada ano, o Inca registra cerca de 185 mil novos casos.
Entre os casos, o tipo mais comum é o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém números altos. Este é o que está relacionado à exposição solar. De acordo com a dermatologista Marina Tsuneta, “o Carcinoma basocelular atinge na maioria dos casos, peles de pessoas com fototipos mais claros, e que ficaram ao longo dos anos expostos em atividades no sol, sem a adequada proteção. Aparece como um nódulo, ou papula vermelho, brilhante, bordas peroladas, podem sangrar com facilidade”.
DIAGNÓSTICO
Além disso, o câncer de pele também apresenta outros dois tipos o Carcinoma espinocelular (CEC), é um tipo de túmor que ocorre na camada mais superficial da pele, sendo o segundo tipo mais comum. “Tem como fatores de risco a exposição solar, porém tem fatores externos como lesões como feridas crônicas, e podem surgir como lesões vermelhas, como machucados, feridas que não cicatrizam, ulcerada, com crostas”.
Em seguida está o Melanoma que é o mais raro, mais agressivo e com pior prognóstico. Conforme o Inca, o Melanoma está entre um dos 10 tipos de câncer mais incidentes em mulheres na Região Sul em 2023. Para este ano, era estimado 1.160 casos. Em Guarapuava, a Secretaria de Saúde informou que o município registrou 33 casos da doença entre 2018 e 2022 em ambos os sexos. Tsuneta afirmou que este é um câncer que provoca metástases sem diagnóstico precoce, com alto índice de mortalidade.
[o Melanoma é] Ocasionado pelos nevos pigmentados (geralmente a pinta de beleza) que aparecem normalmente, e que podem estar presentes desde a infância. Durante a evolução, as pintas podem mudar de cor, aumentar o tamanho ou apresentar sangramento. O sol é um dos fatores de risco.
PREVENÇÃO
A dermatologista também explica que as peles mais escuras também precisam de cuidado com a exposição solar, mesmo que a melanina esteja mais presente.
Pessoas de pele mais escura ou seja de fototipos mais altos têm sim proteção maior, pois a quantidade das células de melanina, está direitamente relacionadas ao fator de proteção. O fototipo é uma escala que classifica o grau de resistência natural da pele à exposição solar. Porém, mesmo as peles de fototipos mais escuras, devem usar protetor solar, mas podem usar um FPS mais baixo. Outro fator de risco é a presença de muitos nevos (pintas) desde o nascimento. Além do histórico familiar de algum tipo de câncer de pele como o Melanoma.
Mesmo sem os fatores de risco, ainda é necessário observar o aparecimento de sintomas como descamação, lesão que não cicatriza e tem evolução de meses. Essas lesões podem coçar, arder ou sangrar. Outra orientação é notar se as pintas apresentam dor, coceira em uma mancha que antes não tinha sintoma. Elas podem aumentar de tamanho e ter cores diversas desde marrom, azulado, negro e vermelho.
DIAGNÓSTICO
Conforme a dermatologista, o diagnóstico é feito geralmente com o exame clínico, examinando o aspecto da lesão. “Esse exame tem auxílio de aparelhos como o dermatoscópio e associado ao histórico de evolução da lesão e os sintomas presentes. No caso de uma suspeita, é feito um exame de biópsia da pele, e com a confirmação diagnóstica, institui-se o tratamento adequado”.
O tratamento para os tumores menos letais inclui a excisão cirúrgica da lesão. Mas após a cirurgia, o paciente ainda passar por um acompanhamento aproximadamente a cada seis meses em peles com predisposição. “Somente em casos graves como no melanoma, o tratamento se faz com uma excisão cirúrgica extensa da lesão, e necessita complementação com tratamentos sistêmicos como quimioterapia, radioterapia e demais tratamentos conforme o grau de comprometimento”.
Ao menor sinal de sintomas, é necessário procurar o atendimento médico. Em Guarapuava, a consulta com o dermatologista tem o encaminhamento feito pelo Ambulatório Médico de Especialidades (Ame). De acordo com a Secretaria de Saúde, em média ocorrem 112 consultas com dermatologistas por semana. Contemplando assim, todos os municípios da 5ª Regional de Saúde.
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