No dia 7 de janeiro, Elizandra da Fátima Rosa de 38 anos foi vista pelo ex-namorado na companhia de outro homem. Isso foi o motivo para que ela sofresse golpes de madeira na cabeça. Segundo a família, uma das pancadas quebrou quase todos os ossos do rosto da vítima, e após nove dias no internada no hospital, ela não resistiu.
O caso considerado como crime de feminicídio aconteceu em Laranjeiras do Sul e chocou toda a Região. No entanto, o agressor continua em liberdade. E isso indignou a comunidade do município que busca por justiça. Sendo assim, um protesto está marcado para a tarde desta segunda (22), às 17h30 na esquina da rua XV de Novembro e a rua Capitão Antônio Joaquim de Camargo.
Na programação, haverá um ato com uma performance cênica, cartazes e pronunciamentos. A irmã da vítima, Eliandra de Fátima Rosa estará presente no ato e contou ao Portal RSN que espera a justiça, o mais rápido possível. De acordo com ela, Elizandra já tinha relatado as atitudes suspeitas do agressor, o casal teve um relacionamento de aproximadamente seis meses.
Ela me contou que ele a sufocava, a seguia, sabia quem chegava quem saia da casa dela. Queria estar presente em todos os lugares que ela ia. Eu falei para ela se cuidar e abrir os olhos, [mas] ele dizia que a amava muito. [Quero] justiça e que o culpado pague pelo que fez com minha irmã. Estamos num movimento grande aqui em Laranjeiras, por minha irmã e pelas mulheres que sofrem com homens machistas e se sentem ameaçadas, que abram a boca porque elas não estão sozinhas.
NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA
De acordo com Serli Andrade, uma das organizadoras do protesto, Laranjeiras do Sul tem altos indíces de feminicídio e a Delegacia da Mulher é um pedido antigo da comunidade, mas ainda não saiu dos planos.
É inadmissível que naturalizemos tanto a violência contra a mulher, em nossa sociedade, que um integrante, após ter tirado a vida de uma mulher trabalhadora e mãe, fique vendo as flores e as borboletas pelos caminhos que bem escolher! Isto, enquanto os três filhos dela se dilaceram com a dor dessa perda! Queremos que nossas crianças cresçam vendo a justiça acontecer, pois nenhuma criança deveria estar provando da dor que os filhos de Elizandra estão sentindo. Estamos aguardando a Delegacia da Mulher há anos, mas só se fala disso quando uma mulher morre. É só o corpo esfriar que ninguém mais fala. Queremos a adesão da sociedade, porque basta!
CRIME
Conforme as informações, Elizandra se deslocou à casa de um amigo para conversar. Quando chegou ao local, o agressor a surpreendeu com golpes de madeira na cabeça dela. As agressões ocorreram na rua e o homem que estava no local também foi atingido. Ela pediu socorro e acabou entrando no lote do amigo e caiu no chão. A equipe do Samu prestou socorro e encaminhou a mulher para o Hospital São José. Diante dos ferimentos graves, ela precisou ser internada na UTI do Hospital São Vicente. Mas na manhã do dia 16 de janeiro, Elizandra morreu no hospital.
Minha irmã era alegre, extrovertida, brincalhona, dona de um sorriso que só ela tinha. Ela deixou um rapaz de 21 anos, uma adolescente de 17 e uma pequena de seis anos.
O acusado chegou a se apresentar na delegacia após o flagrante. Mas durante o interrogatório ele preferiu ficar calado. O delegado da 2ª Companhia da Polícia Civil, Marcelo Trevizan informou que a PC concluiu o inquérito e o homem foi indiciado há uma semana. Então agora o caso está sob responsabilidade da justiça. Ainda hoje (22) deve sair uma nota oficial à imprensa.
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