Não precisa começar a chover para os moradores de Turvo ficarem apreensivos e com medo de que haja queda de energia no município. Produtores e empresários sofrem prejuízos constantes por causa desse problema que, conforme as informações, já se arrasta por anos.
Os apagões se tornaram frequentes e acabam queimando aparelhos eletrônicos e causando prejuízos no comércio e na lavoura. Entre empresários e produtores a reclamação é a mesma: a perda de produtos e produção.
De acordo com uma comerciante, que não quis ter o nome divulgado, tem dias que a energia cai em torno de sete vezes. Isso acaba prejudicando os empresários, principalmente aqueles que não têm gerador. No caso dela, o prejuízo não foi tão alto, mas gerou custos não esperados.
Eu tive que arrumar, mandar trocar peças de dois computadores. Quase mil reais. Então, não era necessário, mas devido às oscilações de energia, acabou queimando. A população tem que se juntar e tomar uma providência. Pois queima um produtinho aqui, outro ali, estraga uma TV ou coisa parecida e acaba gerando prejuízo pra todo mundo.
Na última semana, a deputada estadual Cristina Silvestri saiu em defesa dos agricultores e agropecuaristas do Paraná. Em pronunciamento na sessão plenária do dia 26 de fevereiro, ela cobrou soluções para as frequentes quedas de energia no campo.
“Tenho acompanhado o drama de produtores que dependem do trabalho no campo para se sustentar. O Paraná é um estado agrícola e deve garantir as condições básicas necessárias a quem se dedica ao trabalho no campo”.
REDE ANTIGA E PRIVATIZAÇÃO
Um dos problemas indicados por moradores é de que a rede de energia da Copel no município é muito antiga. Além disso, já havia uma promessa de construir uma nova Subestação, que não foi cumprida.
Enquanto alguns moradores “culpam” a falta de manutenção e redes de energia antigas, há quem diga que a culpa é da privatização da empresa. O deputado estadual Arilson Chiorato (PT) lançou nessa segunda (4) a plataforma on-line “Apagômetro no Paraná“, que traz dados de como a privatização da Copel aumentou o número de quedas de energia.
Utilizando dados fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que foram compilados pelo Senge-PR, e um disk denúncias do próprio mandato, a plataforma revela as cidades que registraram ocorrências de apagão após a privatização, como quedas e interrupções de energia. No total, 387 das 399 cidades do Estado tiveram falhas no serviço após a Copel ser vendida.
O deputado também apresenta que, do total das reclamações de consumidores registradas em 2023, 66% ocorreram após a privatização. Além disso, entre 2011 e 2018, a empresa pagou em média R$ 69 mil ao ano de multas por reclamações, e em 2023 este valor saltou para R$ 503 mil.
REUNIÃO
Na última semana, o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu uma reunião com representantes da Copel, vereadores e produtores rurais. O tema foi o problema de queda de energia na Região.
Conforme o presidente do Sindicato, Rodolpho Botelho, há descontentamento dos produtores em relação à prestação do serviço. “Não queremos culpar ninguém, queremos apenas uma solução para o problema e um prazo para execução, já que estamos discutindo esse assunto desde 2022”.
Dessa forma, os representantes da Copel comprometeram-se a analisar cada Unidade Consumidora repassada em ofício pelo Sindicato Rural de Guarapuava e priorizar os casos mais graves. Assim, uma nova reunião ficou agendada para abril.
A coordenadora do Procon de Guarapuava, Luana Esteche, afirmou que também fará uma reunião com a Ouvidoria da Copel para tratar sobre os meios de comunicação da Companhia. Conforme as informações, ela sugeriu a criação de um grupo de WhatsApp entre representantes da empresa na Região e o Sindicato Rural de Guarapuava, para os assuntos mais urgentes.
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