Circulam nas redes sociais vídeos e fotos questionando a qualidade da água nos últimos dias em Guarapuava. Moradores de diversos bairros do município relatam que ao abrir a torneira, se deparam com uma água marrom, que segundo eles, “além de não ser potável, também estaria manchando as roupas, impossibilitando uso para a lavagem”. Além disso, os internautas também afirmam que pessoas estão doentes nas Unidades de Pronto Atendimento (Upa’s), com virose, e culpam a água.
Conforme a Assessoria da Sanepar, uma investigação na operação mostrou que isso foi ocasionado por alteração pontual da característica do manancial. “Foram identificados alguns componentes não prejudiciais, juntamente com o ferro, que é um material da rede, que deram a cor amarelada, como ocorre, por exemplo, quando a deixamos armazenada em utensílios domésticos fabricados em ferro”.
De acordo com a Sanepar, o metal, em dosagens controladas, é benéfico ao ser humano. No entanto, causa coloração trazendo características organolépticas indesejáveis. “A Portaria 5/2017 do Ministério da Saúde, que estabelece a potabilidade da água, permite a liberação de cor com até 15 uH (medida de avaliação da cor) de intensidade, o que para alguns clientes já é um fator que motiva a reclamação”.
QUESTIONAMENTOS
As denúncias começaram desde a metade do mês de março, quando pessoas foram até o Rio das Mortes, onde ocorre a captação, e falaram sobre a falta de manutenção no local. “Baixou o nível da captação, eles ligaram os motores antigos, que eram para ser desativados. Hoje é dia 16 de março e estamos andando na barragem, que está coberta com uma capa asfáltica. Se fosse uma barragem de verdade, não poderíamos estar aqui. O rio só não morreu porque tem água no meio das pedras”.
Em outro vídeo, um morador narra a situação e questiona a obra, ele interroga os engenheiros. “Eu faço um desafio para os engenheiros virem provar se isso aqui é uma barragem, se está correta. O rio aqui era corrente e não tinha represa nenhuma, agora está nessa situação. Vocês podem ver a sujeirada em cima do rio, essa água podre, suja”.
Outro homem comentou que deixou a torneira aberta por cerca de 15 minutos para tentar dar água aos animais de estimação. O relato conta ainda que, durante todo esse tempo, a torneira forneceu água escura. Em um comentário nas redes sociais, um pai de família levanta questionamentos. “Água muito suja não tem condições de ser utilizada. Como vamos dar uma água suja desse jeito para as crianças em casa?”.
SANEPAR
Em contrapartida, a Sanepar está mandando técnicos para avaliação da água em alguns bairros, conforme os relatos dos moradores. Além disso, a Sanepar informou que faz anualmente 10.668 análises para verificar a conformidade de 109 parâmetros que estabelecem o padrão de qualidade de água segundo o Ministério da Saúde.
O controle de cada parâmetro é feito de hora em hora, diariamente, mensalmente e a cada semestre. A Companhia afirma e reforça que a coloração na água distribuída na cidade de Guarapuava não traz riscos à saúde, afetando apenas os critérios de aceitação pelos clientes da Sanepar. “Contudo, estamos fazendo ajustes operacionais para sanar essa reação química secundária”.
Leia outras notícias no Portal RSN.