A biomédica e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico, Janaína Naumann (Republicanos), anunciou nesta terça (16) que é pré-candidata à prefeita de Guarapuava. Em entrevista concedida à Rádio Cultura (Cleber Moleta e Magrão), ela disse que segue a decisão do Partido. O Republicanos, a exemplo de outros, prega candidatura majoritária em cidades com mais de 100 mil habitantes.
Recebi o link da entrevista e ouvi. Janaína tentou mostrar segurança e até ser simpática. Acabou sendo traída por ‘risadinha amarela’ conforme o teor da pergunta. Inicialmente, falou bem do prefeito, mandou abraços para ele e para o secretariado. Ah! E não esqueceu de dizer que Ratinho Junior é “o meu governador, meu amigo”.
Demonstrações de elogios à parte, para quem gosta de linguagem corporal, pode ver que Janaína sorriu em alguns questionamentos, mas de nervosismo. Chegou a se atrapalhar. Mas tudo bem, isso são coisas que se corrige com o tempo. Afinal, ela ainda tem muito para aprender nesse jogo político.
DENGUE COMO DESAFIO
Em relação à entrevista, quando foi questionada sobre o que faria diferente da administração de Celso Góes, falou sobre desafios na saúde. Citou a dengue, problema que, segundo observou, é nacional. Em seguida falou sobre a necessidade de melhorias na saúde pública e na segurança. Mas a dengue é um caso de saúde pública que envolve não apenas o Brasil. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países.
Ao falar sobre segurança, ela disse que Guarapuava “está crescendo” e atribuiu o aumento de crimes ao desenvolvimento. Falou, mas não disse nada de concreto nas áreas que citou. Ela se refere apenas na política de um projeto que visa o bem comum e bate na tecla de chapa completa a vereador. O desejo, segundo Janaína, seria eleger uma “bancada conservadora”, da família e dos bons costumes, na Câmara. Não passou disso.
REPETECO DO MORO
Agora a marca maior dessa atitude de compor o primeiro escalão do prefeito Celso Góes durante um ano para depois sair e anunciar oposição a ele nas eleições de outubro remete a um filme que já vimos. Trata-se de fato presenciado na campanha à presidência da República. Quem não lembra o que o ex-juiz Sergio Moro fez com Bolsonaro (PL)?
Moro deixou o Ministério da Justiça na gestão bolsonarista e em seguida fez campanha como oposição ao então presidente. Foi pré-candidato à sucessão no Planalto e fez campanha. Depois, acabou saindo do ‘Podemos’ e candidatou-se ao Senado pelo União Brasil.
Mas foi infiel, sim, a Bolsonaro. Tanto é que o PL entrou com pedido de cassação do mandato e agora anunciou que vai protocolar recurso contra a permanência dele no cargo. E qual a diferença da atitude de Janaína?
OPORTUNISMO
Janaína usou um ano de mandato como secretária de Desenvolvimento Econômico, se projetou junto a entidades empresariais municipais e estaduais. Além disso, viajou inúmeras vezes a Brasília, com o dinheiro dela, como ela assegura. Por falta de espaço no grupo que está no comando da administração municipal saiu e agora aponta falhas que nem ela mesmo consegue explicar. Mas enfim, a política é dinâmica.
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