O ‘fantasma’ da cassação do mandato do senador Sergio Moro sumiu quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu o veredito. Moro estava absolvido das duas ações sobre abuso de poder econômico nas eleições de 2022. O resultado, no entanto, contraria as ‘certezas’ durante o processo do julgamento. A cassação era tão dada como certa que pré-candidatos surgiram. Inclusive com disputas internas nos partidos, caso a interrupção ocorresse. No PT, por exemplo, Zeca Dirceu e Gleisi postulavam a vaga. O PL chegou a anunciar Michele Bolsonaro. Teve também o liberal Paulo Martins e por aí foi.
Mas o grupo de Moro soube articular politicamente. E isso eu ouvi do deputado federal Felipe Francischini quando este em Guarapuava, recentemente. Moro conversou com o ex-ministro do STF Gilmar Mendes, articulou colegas do Senado Federal. Também conseguiu atrair para a causa dele o grupo bolsonarista que até então o tinham abandonado. E qual foi o argumento? Como disse o colunista do UOl, o jornalista Thales Faria, “Moro aprendeu a fazer política”. Conforme o jornalista, Moro convenceu a oposição de que a cassação do mandato dele fortaleceria o STF. Em contrapartida haveria o enfraquecimento da ala oposicionista no Senado Federal. As articulações das últimas semanas deram certo.
Já no STF, o relator Floriano de Azevedo Marques, afirmou que “não restaram comprovadas as alegações de PT e PL”, autores das duas ações. “Uma coisa é o candidato se lançar artificialmente como pré-candidato a um cargo do Executivo apenas como trampolim para se promover à disputa de um cargo de menor abrangência”. Os demais ministros seguiram o voto do relator.
APRENDEU MESMO
Então! Sabemos que existe um corporativismo entre os senadores para que nenhum integrante perca o mandato. Por outro lado, será que o STF tem interesse em se arriscar a ter um senador que passe a atacá-lo? Bem, o jogo de interesses é posto à mesa.
E o senador Sergio Moro, foi político, mais uma vez. Ao saber da decisão, elogiou o Judiciário. “Em julgamento unânime, técnico e independente, o TSE rejeitou as ações que buscavam, com mentiras e falsidades, a cassação do meu mandato”. E disse mais: “Foram respeitadas a soberania popular e os votos de quase dois milhões de paranaenses”. E para finalizar: “No Senado, casa legislativa que integro com orgulho, continuarei honrando a confiança dos meus eleitores e defendendo os interesses do Paraná e do Brasil”.
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