22/08/2023
Cotidiano

Sopa beneficia famílias no Paz e Bem

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Crianças, adolescentes, mulheres com filhos nos colos, idosos. Este é o público que engrossa a fila na frente do Centro Comunitário do Paz e Bem, uma das localidades mais pobres de Guarapuava, todas as quartas-feiras em busca de uma porção de sopa. A distribuição do alimento acontece há seis anos.

A doação dos ingredientes é feita pela Pérola do Oeste, permissionária do transporte coletivo em Guarapuava. “A nossa contribuição faz parte da responsabilidade social da empresa”, diz Valdemar Deon Sobrinho, encarregado do Departamento Pessoal da Pérola do Oeste.
Quem faz a sopa são as líderes da Pastoral da Criança, todas voluntárias.
“A gente ganha 15 quilos de carne e a mesma quantidade de legumes variados. Logo cedo nos reunimos aqui para fazer a sopa e entregar às famílias”, diz Ana Ferreira, coordenadora da Pastoral da Criança na Paróquia D. Bosco. Cada família também leva pães para casa. “Esses pães são trazidos pelos Vicentinos (movimento masculino da Igreja Católica) que ganham em panificadoras da cidade”, diz Ana.

Para muitas famílias, a sopa é a refeição do dia. “Meu marido está desempregado e temos quatro filhos. O dia de sopa é festa lá em casa”, diz Rosângela dos Santos Neves.

De acordo com a Pastoral da Criança, são atendidas com a sopa uma média de 100 famílias por semana. Segundo Ana Ferreira, toda a semana falta comida. “Tem muitas pessoas que voltam pra casa com a panela vazia, mas fazemos o que temos”, diz.

A distribuição não conta com nenhum apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Há tempos nos traziam uns quilinhos de legumes, mas depois disseram que não iam mais fazer isso e levaram as panelas e o butijão de gás”, diz uma pessoa que pediu para não ser identificada.

O Paz e Bem é habitado por famílias que vivem com uma renda equivalente a um salário mínimo por mês. A maioria é desempregada, catador de lixo reciclável e/ou beneficiário do programa federal Bolsa Família. Segundo as lideranças comunitárias, a incidência de pessoas (homens e mulheres) dependentes de crack, maconha e álcool é grande.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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