O calor intenso e uma espessa camada de fumaça tomaram conta de Guarapuava nos últimos dias. Há quem goste das altas temperaturas, mas não dá para ignorar que o clima seco não é agradável. Isso porque o clima muito quente e seco prejudica a qualidade do ar, deixando baixos os índices de umidade relativa do ar à tarde (abaixo de 30%) em muitas Regiões do Paraná.
De acordo com o professor de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Aparecido Ribeiro de Andrade, o município passa por um período de baixa precipitação e temperaturas relativamente altas.
Isso é normal nessa época do ano (agosto/setembro), mas esse ano estamos tendo eventos extremos um pouco mais intensos (altas e baixas temperaturas). Com isso, o ar tende a fica mais seco. No mês de agosto, Guarapuava teve 60 milímetros a menos de chuva, o que é significativo, pois o normal é chover 113 milímetros, ou seja, choveu menos da metade do que se esperava e o mês de agosto é o mês menos chuvoso do ano. Considerando que é um mês em que as temperaturas começam a se elevar, final do inverno, essa combinação faz com que a umidade relativa do ar fique baixa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. No entanto, o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) aponta que Guarapuava pode chegar a registrar entre 28% e 55%.
FULIGEM
Além do tempo seco, o céu de Guarapuava também ficou carregado por uma fumaça cinza. Essa camada no ar é chamada de fuligem e se caracteriza pela fumaça que vem da floresta amazônica e do pantanal brasileiro. O professor de engenharia ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Henrique Moriton Godoi e professor Aparecido integram o projeto NAPI – Emergência Climática que observa vários sensores espalhados pelo Paraná. Conforme o professor Ricardo, a situação é parecida em todas as cidades.
A OMS sugere que o material particulado, o conjunto de poluentes no ar, para estar adequado para a saúde humana, precisa ser de 5 microgramas por m³. Entretanto, Guarapuava chegou a ter 130 microgramas por m³, ou seja, 10 vezes mais do que o esperado. A nossa preocupação é quanto à saúde da população, pois quando esses poluentes são inalados podem prejudicar o sistema respiratório e agravar doenças como rinite, sinusite, bronquite e outros problemas.
Com isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta para as principais preocupações, com a saúde como hidratação e problemas respiratórios, além dos cuidados com a alimentação. Tosse, coceira no nariz (em crianças menores pode até ocorrer sangramento nasal), espirros, garganta seca, irritação nos olhos e falta de ar são alguns sinais de que o organismo está sentindo o ressecamento do ar. A recomendação é ficar atento à hidratação.
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