A primavera será quente e com chuva abaixo da média histórica em todo o Paraná. É o que aponta o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) para a estação que começa oficialmente neste domingo (22) e se estende até as 6h20 de 21 de dezembro.
De acordo com o meteorologista do instituto, Reinaldo Kneib, “são esperadas ondas de calor e longos períodos sem chuvas”. A previsão indica que as temperaturas médias do ar ficarão acima da normalidade para o período no Estado. Conforme os dados históricos, as Regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral podem registrar os maiores valores. Em outubro, a chuva deve seguir o padrão de normalidade. Já em novembro e dezembro fica mais próxima da média histórica em todo o Paraná.
Como se trata de uma estação de transição entre o inverno e o verão, reforça Kneib, a Primavera favorece a ocorrência de eventos meteorológicos severos como rajadas de ventos fortes, granizo, alta incidência de raios e chuvas volumosas. Por isso, o monitoramento sistemático das condições meteorológicas por parte do Simepar e a emissão de alertas de curto prazo da Defesa Civil ajudam a prevenir e mitigar os efeitos do clima.
Outro ponto destacado pelo meteorologista é que à medida que o verão se aproxima, os dias se tornam progressivamente mais longos e quentes. Neste ano, explica ele, o fenômeno meteorológico La Niña se forma entre a Primavera e o Verão, com intensidade fraca, influenciando o clima paranaense até o primeiro trimestre de 2025. “Além disso, as águas do Oceano Atlântico Sul e a temperatura média do ar sobre a América do Sul continuarão mais quentes que o normal”.
AGROMETEOROLOGIA
A agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Heverly Morais, orienta os produtores a adotarem cuidados com as plantações nesta primavera. “O cenário é preocupante por causa das temperaturas muito elevadas e chuvas abaixo da média climatológica, bem como distribuição irregular e períodos prolongados de estiagem”.
Culturas como soja, milho e feijão podem ser afetadas de diversas maneiras, incluindo atraso na semeadura, germinação desuniforme, crescimento inadequado das plantas e desenvolvimento deficiente dos grãos. Então para mitigar os efeitos desses períodos secos e quentes, é recomendável escalonar a semeadura utilizando cultivares de ciclos diferentes. Os produtores devem evitar o uso de uma população de plantas superior à recomendada. É importante escolher sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à Região, mantendo o equilíbrio nutricional.
As altas temperaturas e ondas de calor podem prejudicar também as hortaliças, especialmente as folhosas, que exigem muita água para irrigação. É alto o risco de danos a culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas, bem como as pastagens. Comuns na primavera, eventos meteorológicos extremos, por exemplo vendavais e granizo, podem causar danos físicos nas plantas e prejuízos significativos. Além disso, chuvas intensas podem provocar erosão do solo e aumentar a incidência de pragas e doenças.
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