Há dez anos, quando o empresário Leonardo Mattos Leão teve a primeira conversa com Alfredo Gelinski, o sonho de recuperar o Batel, parecia impossível. O tempo passou, o idealizador do Batel, Alfredo Gelinski morreu, mas a paixão pelo futebol permaneceu viva. Neste sábado, o Batem sagrou-se campeão da ‘Terceirona’, título inédito, e subiu para a Segunda Divisão.
Entretanto, a equipe, mergulhada em dívidas e sem credibilidade, estava praticamente fora do mapa do futebol profissional. O CNPJ do clube acumulava débitos tributários e trabalhistas, e três ex-presidentes haviam arrendado o time para outros municípios, descaracterizando a essência da equipe guarapuavana. Foi nesse cenário que Leonardo e Paulo Calixto, ao lado de Marcelo, e outros parceiros, decidiu apostar na paixão da cidade pelo futebol e na história intangível do Batel para dar início a um ousado projeto de recuperação.
Eu gosto de recuperar empresas falidas, e o Batel tinha tudo para ser uma delas. Acreditei porque Guarapuava gosta de futebol profissional e compraria a ideia. Era um desafio que exigiria estratégias claras e assertivas.
De acordo com Leonardo Mattos Leão, o plano foi estruturado em dois projetos paralelos. O primeiro, esportivo, focou na montagem de uma equipe competitiva com 25 atletas, equilibrando jovens talentos da base e jogadores experientes de outros municípios. Mas tudo dentro do orçamento limitado do clube.
Não existe milagre, sorte ou azar. O que existe é criar um ambiente favorável, com salários em dia, fornecedores antigos renegociados e um planejamento eficiente. Quando todas as partes funcionam, o resultado aparece.
O segundo projeto, conforme Leonardo, envolveu o aspecto jurídico e financeiro, com o refinanciamento das dívidas tributárias e trabalhistas que tornavam o Batel insolvente. “Era um clube falido e desacreditado, sem confiança nem mesmo no comércio local. Precisávamos restaurar sua imagem e profissionalizar a gestão”.
Reconstrução e credibilidade
Os primeiros meses foram desafiadores, mas, aos poucos, a cidade de Guarapuava abraçou o projeto. A torcida, que nunca abandonou a equipe mesmo nos momentos mais difíceis, foi essencial. Com uma gestão profissional, o Batel começou a crescer dentro e fora de campo.
A paixão pelo Batel é um patrimônio de Guarapuava. Não foi fácil, mas a soma de fatores nos trouxe até aqui. Quando o atleta concorda com o projeto e joga pelo sonho, ele rende mais.
Hoje, o Batel celebra 70 anos de história, um legado que parecia perdido. O clube, que já foi sinônimo de problemas, conseguiu reverter a trajetória e alcançar a primeira divisão do Campeonato Paranaense, um feito inimaginável há uma década.
Chegar até aqui foi fruto de muito trabalho, um sonho compartilhado pela equipe, pela torcida e pela cidade. O Batel é prova de que, com profissionalismo, dedicação e paixão, até o impossível pode ser superado.
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