A questão que coloco não se trata de uma simples crítica ao esforço do prefeito de Guarapuava, Denilson Baitala, em interagir com a população. Mas a análise crítica é sobre a forma como essa interação tem sido mediada. Hoje, a presença nas redes sociais é quase uma exigência para qualquer figura pública, e o prefeito não escapa a essa necessidade de visibilidade. No entanto, é preciso refletir sobre a natureza dessa exposição e os riscos envolvidos.
Pois é! Bem que eu tento, mas não dá. Há subsídios de sobra diariamente. Desde a noite dessa quinta (16), por exemplo, circula um vídeo em que o prefeito aparece em um momento descontraído com o deputado federal Rodrigo ‘Estacho’. Uma figura popular, não pela seriedade política, mas pelo humor irreverente que ele carrega. O problema não está no simples gesto de cumprimentar o amigo no aniversário, mas na tentativa do prefeito em se posicionar como um influenciador digital.
E nesse caso ele até surge como ‘garoto propaganda’ de uma casa de lanches de Guarapuava. Assim sendo, Baitala adota uma postura que se alinha mais a uma ‘persona’ de entretenimento do que à autoridade de um cargo público. Essa postura, porém, não é isolada; já houve outras publicações nesse estilo, que, assim como essa, geraram uma onda de comentários irônicos.
INFLUENCIADOR DIGITAL
A crítica aqui não se resume à escolha de ferramentas como Instagram ou TikTok, ou outra rede social, para uma maior aproximação com o público. A mídia digital tem um papel central na comunicação contemporânea, permitindo que políticos cheguem mais rapidamente e de forma mais direta aos cidadãos. Contudo, a forma como isso é feito é crucial. Quando o prefeito, ao invés de se apresentar como uma liderança séria e comprometida com as questões da cidade, adota a postura de um influenciador, ele corre o risco de banalizar sua imagem e reduzir a autoridade do cargo que ocupa.
O PAPEL DA MÍDIA OFICIAL
A mídia oficial, mesmo na era das redes sociais, não deve perder o papel educativo, informativo e de prestação de contas. Ao tentar se aproximar da população por meio de postagens que buscam mais o entretenimento do que a seriedade, corre-se o risco de transformar a política em um espetáculo vazio. Em tempos de Instagram e TikTok, a busca por likes e curtidas pode fazer com que o público se distancie daquilo que realmente importa na gestão pública: a responsabilidade, a transparência e a eficácia das ações governamentais.
Em última instância, a tentativa de ser popular e acessível nas redes sociais deve ser equilibrada. Isso para ter o reconhecimento de que o papel de um prefeito não é o de um ‘influencer’, mas o de uma liderança pública responsável por decisões que impactam diretamente a vida da população. A mídia oficial, incluindo as redes sociais, deve ser usada como uma ferramenta para educar, informar e estreitar laços, mas sempre com respeito à seriedade e à autoridade que o cargo exige.
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