Ameaças de greve, atrasos e valores rondam transporte escolar na Cantu

O atraso no repasse das parcelas para pagamento do transporte escolar está penalizando também os municípios que compõem a Cantuquiriguaçu. Um acordo com o Governo do Estado garantiu que o repasse de 2011 seria feito em quatro parcelas. Porém, para a maioria dos municípios apenas duas foram repassadas até agora.

Na semana passada, a Amocentro se reuniu e fez um manifesto por meio da imprensa estadual motivada pela mesma situação.

Em nova Laranjeiras o prefeito Eugenio Bittencourt convive com o aceno de greve por parte dos transportadores que prestam o serviço terceirizado. “Temos duas parcelas atrasadas e não estamos conseguindo pagar os transportadores. O município não pode arcar com uma responsabilidade que não é dele”, disse o prefeito. Eugenio já teve audiência com o Ministério Público para dar informar sobre essa situação. “Também já tivemos reunião com o Núcleo Regional de Ensino em Laranjeiras do Sul para informar que os transportadores estão se organizando para greve”, disse.

Se o secretário estadual da Educação Flavio Arns, que também é vice-governador, anunciou que os valores para os municípios seriam dobrados em 2011, Nova Laranjeiras a situação piorou pois sofreu uma redução de R$ 100 mil o que compromete ainda mais o setor.

“Em 2010 recebemos R$ 414 mil e agora em 2011 baixou para R$ 313 mil e não sabemos qual é a razão dessa diferença” reclama o prefeito. De acordo com Eugenio Bittencourt, o município transporta diariamente cerca de 1,9 mil alunos. A maioria (1,2 mil) pertence à rede estadual de ensino e 700 às escolas municipais.

A RSN entrou em contato com o Núcleo Regional de Ensino em Laranjeiras do Sul, mas não houve nenhum retorno.

Em Reserva do Iguaçu, se o repasse das parcelas está em dia, o prefeito Sebastião Campos reclama da oscilação nos valores que são repassados anualmente para o município. “Eu gostaria de saber quais os critérios adotados para esse repasse”, diz Sebastião Campos.
Entender a queixa do prefeito é simples. Em 2008 o município recebeu R$ 107 mil, valor que baixou para R$ 76.495,90 em 2009. Em 2010 a situação piorou que no primeiro termo de adesão assinado pelo prefeito estava a bagatela de R$ 9.238,69. “Após espernearmos muito esse valor aumentou para R$ 14.198,76 que foi o repasse de 2010. “Foi muito difícil, pois nesse ano a nossa frota estava sucateada e gastamos muito com a manutenção dos ônibus. Hoje compramos 8 carros novos”, diz.

O termo de adesão assinado por Sebastião Campos para 2011, porém, deu um salto e aproximadamente mais de 4.300% . “Assinei um termo de adesão no valor de R$ 327.561,73. Saiu publicado no Diário Oficial no dia 21 de junho. Fiquei feliz e achei que estavam compensando os anos anteriores”, entendeu Sebastião Campos. Mas a alegria do prefeito durou pouco. “Pouco tempo depois, para minha surpresa, recebi a informação de que tinha sido um engano e que receberíamos R$ 139 mil. Recebemos a última parcela no final de setembro.”
O município transporta uma média de R$ 70 mil por mês para transportar 950 estudantes, dos quais, 55% são de responsabilidade do Estado. “Estamos sempre trabalhando no vermelho e não reclamo tanto do atraso porque isso sempre aconteceu. O repasse sempre foi feito em novembro ou dezembro, depois que o ano letivo terminou. Não é atraso apenas do atual governo, mas acho que nos repassaram tudo pra compensar essa oscilação. O que reclamo é que não existe um planejamento. Não agüento mais sempre receber valores diferentes ”, desabafou Campos.