22/08/2023


Educação

Faltam vagas nas creches municipais

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Guarapuava – Adriana Aparecida Siqueira (foto) trabalha de empregada doméstica das 8 horas às 17 horas e não consegue uma vaga para seu filho de quatro anos na creche do bairro onde mora, Santa Cruz. Já procurou a creche várias vezes e a resposta foi sempre a mesma: não há vagas.
“A diretora da creche disse que não vai ter vaga. Fui lá várias vezes atrás de vaga e me falaram para não ter esperança, pensei até em procurar o Conselho Tutelar. Agora vou ter que pagar R$ 70 para uma menina cuidar dele. É um dinheiro que faz falta, podia fazer uma compra de supermercado”, comenta.
Na mesma situação está Geovana Roberta Machado, mãe de dois filhos. “Tenho um filho de quatro anos que está na creche há dois anos, depois de muita insistência, mas para o meu neném não consigo vaga. Já deixei o nome na lista, mas por enquanto nada. Em março volto a trabalhar e vou ter que pagar alguém para cuidar dele”, conta.
Esta é a realidade de muitas mães, deixar os nomes dos filhos nas listas de espera. De acordo com a secretária municipal de educação, Dorotil Melhem, o número de crianças é mesmo superior ao de vagas ofertadas. “Acho que não são construídas creches há 18 anos e realmente há uma lista de espera, não há como atender todos, pois tem um número específico de alunos para cada idade. Uma educadora, por exemplo, cuida de três a cinco bebês, não pode ultrapassar isso”, informa.
O prefeito Fernando Ribas Carli admite que há um planejamento para a construção de novas creches, mas que a previsão e os bairros beneficiados ainda não estão definidos. “ Sabemos da necessidade, mas por outro lado creches demandam contratação de pessoal, e nós temos que estar atentos para isso, pois não podemos ultrapassar um percentual que a lei determina. Estamos trabalhando este ano com uma perspectiva nada boa pelas notícias, pois a crise pode prejudicar a arrecadação. Não podemos tomar uma atitude afoita de contratações, fazer funcionar novos serviços públicos e depois incorrer em percentuais que a lei não nos ampara. Vamos primeiro avaliar como vai ficar a arrecadação, porque estamos sentindo que a crise agora chegou”, ressalta.

Cristina Esteche

Jornalista

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