22/08/2023
Blog da Cris Guarapuava

Um amor chamado tradição!

Aqui em Guarapuava, é só sentir o cheiro de churrasco no fogo de chão, ouvir uma gaita bem tocada que o coração bate diferente

Gaúcho (Foto: reprodução Pinterest)

Tem coisas que a gente carrega no peito sem nem perceber. Aqui em Guarapuava, é só sentir o cheiro de churrasco no fogo de chão, ouvir uma gaita bem tocada ou ver os pares rodopiando no salão, que o coração bate diferente. Eu não escondo: sou apaixonada pela música tradicionalista, pelas lides campeiras, pela cultura gaúcha que embala a nossa história e molda até o nosso jeito de falar. E não me refiro apenas a Guarapuava, mas também a outros municípios da região. Em Pinhão, por exemplo, é bom ver os ‘gaudérios’ pilchados andando pelas ruas. Ou as mulheres conduzindo tropa de cavalos e de mandas de bois pelas estradas rurais, rumo à fazenda.

Essas raízes, essas vertentes que brotam pelos estados, principalmente, do Sul, me dizem que o Rio Grande do Sul é quase uma nação à parte. E olha que não sou separatista. Tem língua própria, orgulho, e os valores são firmes como o galpão no meio do campo. E mesmo com tanta beleza, tantas vezes esse povo guerreiro sofre com enchentes que arrasam vidas, casas e sonhos. Mas é impressionante como eles sempre levantam a cabeça, limpam o barro do chão e seguem em frente, firmes, de pé, como bons gaúchos que são.

Aqui em Guarapuava, esse amor pelo Rio Grande se mistura com o nosso próprio jeito campeiro. Somos terra de tropeiros, de chimarrão amargo, de baile com vaneira até o dia clarear. E nesta sexta, o coração vai bater ainda mais forte: o CTG Fogo de Chão comemora 60 anos de tradição, celebrando seis décadas de história, cultura, danças, prendas e peões que mantêm viva a chama do tradicionalismo.

Embora eu navegue por tantas outras culturas diferentes, não escondo que tenho um gosto especial pelo nativismo, essa música que fala do campo, do cavalo, da saudade, da querência. Porque, no fim das contas, não se pode negar as tradições. São elas que nos ancoram, que nos lembram de onde viemos e nos fazem mais fortes para seguir em frente.

Nada me faz mais feliz, do que em alguns dias do que ouvir um chamamé bem cantado ou uma milonga chorosa que conta amores distantes. É muito bom sentir o coração bater junto com a gaita quando ela chora e sorri. Isso porque tradição não é passado. Tradição é raiz. É quem a gente é, é o que nos faz firmes no chão e leves no vento.

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Cristina Esteche

Jornalista

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