22/08/2023
Em Alta Política Região

Berto Silva encontra-se na corda bamba e pode ficar inelegível

Após parecer do TC recomendar aprovação com ressalvas, Câmara rejeita as contas de Berto. Conrado troca de votos três vezes

Berto Silva, ex-prefeito de Laranjeiras do Sul (Facebook/Prefeitura de Laranjeiras do Sul)

Laranjeiras do Sul enfrenta uma crise política após a Comissão de Finanças da Câmara de Vereadores rejeitar as contas do ex-prefeito Berto Silva, referentes a 2023. A decisão, tomada por dois votos a um, no entanto, contrariou o parecer técnico do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). O TC recomendava a aprovação com ressalvas. Agora, o destino político de Berto Silva está nas mãos do plenário. Ou seja: para reverter a rejeição e evitar a inelegibilidade por oito anos, ele precisará do voto de dois terços dos vereadores.

Fato este que coloca em lados opostos. De um, a análise técnica do TC-PR; de outro, a avaliação política dos vereadores. De acordo com parecer  nº 109/2025 do Tribunal, existe um déficit orçamentário de R$ 416.172,34. E como não bastasse, existem notas baixas em áreas como assistência social e transparência. Contudo, o órgão técnico considerou que essas falhas não eram graves o suficiente para a reprovação. Essa decisão baseou-se na jurisprudência que não costuma rejeitar contas com déficits inferiores a 5%.

Conforme a defesa de Berto Silva o déficit foi uma escolha administrativa consciente para garantir a continuidade de serviços essenciais, como saúde e educação. Diz que nesses setores, onde a ex-gestão investiu mais de R$ 3 milhões acima dos mínimos constitucionais. Ele destaca que esses recursos poderiam ter sido usados para cobrir o saldo negativo, mas foram priorizados para atender a população.

No entanto, a Comissão de Finanças interpretou os mesmos fatos de maneira diferente. Compondo a Comissão de Finanças, os vereadores Fernando Luiz Mattei e Almir de Paula Xavier votaram pela rejeição. De acordo com ambos, as ressalvas do TC-PR eram “graves”, citando problemas na merenda escolar, na vigilância socioassistencial e na transparência da gestão. Para eles, o déficit evidencia uma falha de planejamento, e os investimentos extras não justificam o descumprimento das metas fiscais.

O VIRA-VIRA DE CONRADO

Em meio a esse cenário, um fato peculiar chama a atenção e adiciona um tempero de drama político à situação: a postura errática do vereador Conrado. Membro da Comissão de Finanças, Conrado inicialmente votou a favor da aprovação das contas, acompanhando o parecer do TC-PR. O voto dele foi registrado por escrito às 14h da segunda (11). Entretanto, três horas depois, às 17h, ele solicitou a reconsideração do voto, apresentando um ofício para votar a favor da rejeição.

A reviravolta não parou por aí. Na sessão seguinte, Conrado pediu para retirar o ofício e, em um novo movimento, votou novamente pela aprovação das contas. Miro e Mattei, mantiveram os votos favoráveis à desaprovação. O vai-e-vem de Conrado levanta questionamentos sobre a consistência da posição dele e uma eventual pressão política por trás das decisões, tornando-se um ponto de interrogação no desenrolar do processo.

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Cristina Esteche

Jornalista

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