22/08/2023
Blog da Cris Guarapuava Paraná

A falência moral do ‘anti-corrupção’

Ao empregar ex-vereadora condenada por enriquecimento ilícito, o deputado Fabio Oliveira (Podemos) compromete seu discurso anticorrupção,

Deputado Fabio Oliveira (Foto :Alep)

A coerência política parece ser uma moeda sem valor. A denúncia de Angelo Rigon (Maringá News) trazida neste fim de semana, é clara. O deputado Fabio Oliveira (Podemos) de Guarapuava, levou para o gabinete na Assembleia Legislativa, a ex-vereadora Cristianne Costa Lauer. Ele teve o mandato cassado por enriquecimento ilícito na Câmara de Maringá.

O cerne da controvérsia reside no perfil do deputado: Fabio Oliveira foi eleito com uma forte bandeira de combate à corrupção. Agora, ele emprega uma política condenada judicialmente por apropriação de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo.

Com direitos políticos suspensos, Lauer está inelegível, mas apta a receber um salário bruto de R$ 8.445,12 na Alep. A situação ficou mais evidente com a divulgação de um “momento devocional” compartilhado pelo próprio parlamentar.

Sabemos que a política opera em um ciclo vicioso com o acolhimento de ‘ coleguinhas’ em cargos públicos, ignorando o passado. Isso é a praxe. No entanto, o caso envolvendo a ex-vereadora e o deputado Fabio Oliveira transforma essa prática em um ato de auto-sabotagem discursiva.

BOTA FORA

Como já disse acima, Fabio Oliveira elegeu-se com a bandeira mais potente da atualidade: o combate ferrenho à corrupção. Contudo, ao abrir as portas do gabinete para uma figura condenada por enriquecimento ilícito, ele joga na lata do lixo a credibilidade que o elegeu.

Quando um parlamentar que prega a moralidade se rende ao vício de acomodar aliados, seja Lauer no Podemos, ou com vistas a uma futura migração para o NOVO de Deltan Dallagnol, ele coloca a perder o capital político construído sobre a promessa de ser diferente.  Aliás, o ‘NOVO’, que encontra-se mais velho do que nunca, é o caminho certo para Fabio Oliveira na ‘janela partidária ‘ de 2026.

Fato como esse, é a prova de que, para manter a máquina rodando e as redes ativas, o discurso anticorrupção é descartável quando convém, não importando o custo moral. Portanto, a mensagem enviada ao eleitor é desoladora: a condenação por má-fé administrativa não impede um bom salário na Alep, e a cruzada contra a corrupção é apenas um degrau a ser abandonado no caminho do poder consolidado.

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Cristina Esteche

Jornalista

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