22/08/2023
Blog da Cris Paraná

Pesquisa Opinião reprisa filme da sucessão no Paraná

Alto teto de Moro (até 39%) força o Governador a optar por um nome com viabilidade, como Curi (16%), para levar a disputa ao 2º turno

Paraná completa hoje (19) 171 anos de emancipação política (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

A mais recente pesquisa do Instituto Opinião sobre a sucessão estadual no Paraná em 2026, divulgada nesta segunda (15), atua como um termômetro da crise interna no PSD. E evidencia o dilema do Governador Ratinho Junior. Isso porque o tempo de indefinição dele favorece Sérgio Moro. O que significa que a escolha do candidato governista deve priorizar a viabilidade eleitoral para evitar uma derrota precoce.

O cenário está claro. Sérgio Moro (União Brasil) lidera todos os quadros estimulados, flutuando entre 27% e 39% das intenções de voto. Essa dianteira, mantida apesar da rejeição de 24%, é o preço político pago pelo Governador, que, com 83% de aprovação, ainda não escolheu quem irá herdar o vasto capital político dele. A força inquestionável de Ratinho Junior, citado por 12% na espontânea, não se traduz automaticamente em votos, já que 48% do eleitorado condicionam o apoio à qualidade do nome indicado.

A BATALHA PELA VIABILIDADE

A pesquisa impõe uma análise fria sobre os pré-candidatos do PSD. O Presidente da Alep, Alexandre Curi, e o ex-prefeito Rafael Greca são os nomes com melhor desempenho, atingindo 16% em cenários isolados. Curi se destaca pela maior capacidade de competição, demonstrada no confronto direto. Ele alcança 11% contra apenas 2% de Guto Silva. Essa ascensão sinaliza que a máquina política da Assembleia, aliada ao potencial endosso do Governador, o coloca como o nome mais preparado para enfrentar Moro.

Já o Secretário Guto Silva, embora seja o nome da lealdade extrema a Ratinho Junior, registra apenas 5% nos cenários em que é o único representante do PSD e é invisível na espontânea. Politicamente, Guto Silva é hoje um candidato de bastidor. A indicação dele elevaria drasticamente o risco de Moro garantir a vitória no primeiro turno, uma vez que um candidato fraco não conseguiria polarizar e forçar o segundo turno.

A pesquisa, no entanto, acende um alerta no Palácio Iguaçu. Com Requião Filho (PDT) consolidado na segunda posição (entre 17% e 29%), o PSD não pode mais se dar ao luxo de indicar um nome apenas por afinidade pessoal. A sucessão depende de um candidato com tração própria, e os dados apontam que Curi é o ativo mais valioso para o grupo.

CENÁRIO HOSTIL

O contexto eleitoral nacional mostrado pela ‘Opinião’ surge agravado pelo voto de resistência no Paraná. A gestão do Presidente Lula (PT) é desaprovada por 54% dos entrevistados, e o apoio petista tem um teto de apenas 17%. O estado continua como uma fortaleza conservadora, reforçando que o jogo de 2026 será decidido dentro do espectro da direita e centro-direita, cabendo a Ratinho Junior determinar quem terá a chance de disputar esse campo com Sérgio Moro.

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Cristina Esteche

Jornalista

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