Por Bárbara Brandão e editado por Mário Raposo Jr.
As modificações corporais têm estado em alta na sociedade atual. É muito comum, não apenas os jovens, mas pessoas de todas as idades colocarem brincos, ou fazer tatuagens no o corpo. Pesquisas revelam que as tatuagens surgiram ainda na sociedade primitiva. Por muito tempo as tatuagens foram vistas com preconceito pelos mais conservadores, entretanto, com os passar dos anos a popularização dessa prática tem tornado as tatuagens mais frequentes.
Para a realização de uma tatuagem é importante conhecer o trabalho de um profissional da área, para ganhar confiança e não se arrepender depois. Por isso, procure, pesquise, visite estúdios de tatuagens e depois decida qual é o melhor local. A higiene com os materiais utilizados durante o desenho é importantíssima. Tatuador há 12 anos, Fernando Luiz Ramos, trabalha em um estúdio de tatuagens em Guarapuava. “Os cuidados que nós temos é a utilização de materiais esterilizados e descartáveis”. Instrumentos não esterilizados nunca devem ser utilizados, pois pode transmitir doenças como a hepatite.
Como na juventude a personalidade de cada pessoa se determina, alguns jovens procuram através das modificações corporais se diferenciarem dos outros e não pensam no futuro. Com o passar dos anos, a pele sofre alterações. A dermatologista, Iara Rodrigues Vieira, conta como isso acontece. “Deve-se recordar que tatuagens são definitivas, envelhecem com a idade, além disso, a pessoa pode apresentar alergia aos componentes de algum dos pigmentos deixando um aspecto inestético indesejável, alguns pigmentos são difíceis de serem removidos totalmente e lembrar que a remoção deixa marcas”. Por isso, o desenho escolhido deve ser muito bem pensado. Escrever nomes de namorado (a) nem sempre é um boa ideia.
Após a tatuagem, Fernando conta quais são as medidas para uma boa cicatrização. “É importante usar a bandagem nos três primeiros dias após a tatuagem, além de passar a pomada de cicatrização e evitar alimentos como carne de porco e frutos do mar”. A dermatologista informa: “O processo de cicatrização sofre alterações em pessoas predispostas. Quando ocorre um traumatismo ou mesmo uma irritação, os fibroblastos começam a proliferar-se rápida e exageradamente”.
Antes de procurar um estúdio de tatuagem o jovem também deve observar se o seu organismo tem pré-disposição para desenvolver as denominadas quelóides. “Quelóide é uma cicatriz que se hipertrofia com crescimento rápido, tornando-se grande, inestética e desfigurativa. É geralmente produzido por traumas ou irritação em pessoas predispostas”, explica Dr. Iara. A quelóide se forma a partir de cicatrização de machucados, deixando a pele com uma elevação na cor branca. As tatuagens não são recomendadas para pessoas com quelóide.
Mas para a estudante Ana Gabriela Souza, o problema não foi esse. Há três anos ela começou a fazer tatuagens e hoje tem nove delas espalhadas pelo corpo. Na sua última tatuagem, no antebraço, ela teve complicações. “Com as demais tatuagens a cicatrização foi perfeita, só a última tive inflamação, porque não tomei os devidos cuidados, comendo carne de porco, bacon e contato direto com a minha cachorra”. Quando isso ocorre é importante entrar em contato com o profissional que realizou o trabalho e descobrir o que poder ser feito. “Assim que percebi que estava inflamada comecei a passar anti- séptico e continuei com a pomada que o tatuador indicou”. As inflamações prejudicam o desenho realizado e esse passa a ter imperfeições.
Mesmo após o processo de cicatrização, os cuidados com a tatuagem não devem ser esquecidos. Para que não ocorra perda na pigmentação, é importante o uso de protetor solar. Em casos de jovens menores de idade, é necessário levar uma autorização dos pais para a realização do trabalho.
As tatuagens vão muito alem de uma simples modificação corporal. Hoje, ela está relacionada a personalidades e valores culturais. Ela não está mais presente dentro de apenas um grupo, mas, pode pertencer a qualquer pessoa da sociedade, tornou-se comum em todas as idades e classes sociais. Os apaixonados por essa arte (como eu, que tenho uma ‘tattoo’ e já estou pensando na próxima) avisam, tatuagem é um vício! Depois da primeira você quer mais, por isso pense muito na hora de escolher o que tatuar e o profissional que vai fazer o procedimento.
Texto retirado do blog “Ágora Online”, parceiro da RSN.