O pedido foi feito por estudantes
A Câmara de Vereadores vai abrir as portas para uma audiência pública que vai debater a isenção para estudantes no transporte coletivo urbano. O anúncio foi feito pelo presidente Admir Strechar na tribuna, durante a sessão de terça-feira (10).
O nosso propósito é fazer desta Casa de Leis um espaço para que a sociedade civil organizada debata os seu problemas e busque soluções, afirmou o presidente.
Essa iniciativa atende reivindicação feita por lideranças estudantis que ocuparam a Câmara durante a sessão. Os estudantes distribuíram uma Carta Aberta e surpreenderam o vice-prefeito Jorge Massaro, presente na sessão.
A classe propôs a realização da audiência pública com a participação da OAB, Prefeitura, usuários, Direitos Humanos, trabalhadores, Ministério Público, CNBB, dentre outras entidades e órgãos representativos para discutir o tema.
Os estudantes sugerem alternativas que podem isentar o passe sem causar ônus para os demais usuários do transporte coletivo, e pedem maior transparência por parte da Secretaria Municipal de Habitação, responsável por esse sistema. Uma das formas propostas para o barateamento da passagem seria o fim do monopólio no transporte coletivo. A abertura para outras empresas vai gerar disputa de preços para conquistar mais clientes e quem ganha com isso é o usuário, observam.
Segundo os estudantes, há gorduras suficientes no preço da tarifa em Guarapuava que poderiam ser convertidas no passe livre ou na redução do valor da passagem do ônibus. Uma das sugestões feitas pelas lideranças é de que a Prefeitura destine as multas eletrônicas (radares), as do Estar (estaciona-mento regulamentado) e as de infrações no trânsito, além do dinheiro arrecadado com propaganda no formato de busdoor (na parte traseira dos ônibus) para o financiamento do passe livre.
O passe livre é a forma mais eficaz de garantir o acesso da juventude aos bancos escolares, evitando a evasão e estimulando a inclusão social por meio da educação, dizem os líderes estudantis liderados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unicentro.
A classe lembra que, proporcionalmente, Guarapuava possui uma das tarifas mais caras do país, que o sistema de transporte coletivo está saturado e não atende mais as necessidades dos usuários. Há excessos de filas, demora dos ônibus e lentidão das linhas. Nos horários de pico, na ida ao trabalho e na volta à casa, o usuário precisa travar uma verdadeira guerra nos terminais para poder entrar nos coletivos, criticam.
A empresa Pérola do Oeste, permissionária dessa prestação de serviço na cidade, desde que essa discussão começou a ser travada, argumenta que a gratuidade não existe e que cada iniciativa nesse sentido acaba onerando os demais usuários.
Os estudantes contestam a informação e citam como exemplos as cidades de Maringá e Paranavaí onde, segundo eles, 100% da passagem é gratuita. Essa política não elevou o custo aos trabalhadores e dos usuários. Nem por isso essas cidades quebraram, argumentam
Foto: Arquivo/RedeSul