22/08/2023
Educação

Servidoras contratadas pelas APPs estão sendo demitidas em Guarapuava

Mais de 300 merendeiras e servidoras que atuam no setor de serviços gerais em escolas municipais e Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis) em Guarapuava estão sendo demitidas. A justificativa da Prefeitura é de que o Ministério Público (7ª promotoria) apontou irregularidades na contratação dessas profissionais, uma vez que os contratos são realizados pelas Associações de Pais e professores das escolas, uma espécie de terceirização do serviço público. Assim sendo, o recurso financeiro para o pagamento dessas servidoras é feito pela Prefeitura às APPs e desta para as merendeiras e serventes. O MP exige a contração por concurso público.

 

Em maio de 2011 o prefeito Fernando Ribas Carli provocou um encontro no Clube Guaíra quando prometeu que não demitiria ninguém. “Prefiro dar a minha cabeça a prêmio do que dar a cabeça dos funcionários”, discursou o prefeito para um público de mais 300 pessoas, em especial a categoria que está sendo demitida.

Para esse encontro a Prefeitura convidou o MP para que este desse a sua justificativa aos funcionários. Por intermédio da assessoria de imprensa do MP-Paraná o promotor William Gil Pinheiro Pinto sustentou que a responsabilidade por explicações de atos administrativos é do próprio Município e destacou que, apesar com comunicado oficial da prefeitura datar de 29 de abril, apenas em 3 de maio, recebeu o ofício com o convite para a reunião, o que inviabilizou sua presença no encontro, pois já tinha outros compromissos. 
O Ministério Público propôs que, em vez de uma discussão unilateral, fosse realizada uma audiência pública para se debater o tema, o que não aconteceu.

 

“Desde a reunião com o prefeito ninguém nos deu nenhuma satisfação. E agora na véspera do Natal recebemos esse presente de grego”, comenta uma merendeira que trabalha há 10 anos numa das escolas do município.
“Nãos abemos como vão ficar as coisas no ano que vem, porque sem o nosso trabalho as escolas não funcionam. Mas não teve concurso e não podemos ser contratadas pela APP. Não sabemos o que vai acontecer”, afirma outra merendeira em contato com a RSN.

A secretária municipal de Educação, Dorotil Casagrande Melhem foi procurada pela RSN para comentar as demissões, mas não foi encontrada e não retornou as ligações.

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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